ATA DA NONA SESSÃO ORDINÁRIA
DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
11.03.1998.
Aos onze dias do mês de
março do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Eliseu
Sabino, Fernando Záchia, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro,
Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Cyro Martini.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da
Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei do Legislativo nº 21/98 (Processo
nº 728/98); pelo Vereador Hélio Corbellini, o Pedido de Informações nº 19/98
(Processo nº 717/98); pelo Vereador José Valdir, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 17/98 (Processo nº 652/98); pelo Vereador Pedro Américo Leal, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 16/98 (Processo nº 649/98); pela Vereadora
Tereza Franco, 22 Pedidos de Providências. Ainda, foram apregoados e deferidos
pelo Senhor Presidente os seguintes Requerimentos, solicitando
desarquivamentos: do Vereador Elói Guimarães, dos Projetos de Lei do
Legislativo nºs 54 e 127/96 (Processos nºs 1003 e 2094/96, respectivamente), do
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 12/97 (Processo nº 1551/97), e do
Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96 (Processo nº 1612/96); do Vereador
Fernando Záchia, do Projeto de Lei do Legislativo nº 190/97 (Processo nº
3256/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 103, 104 e 105/98, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre; 468/98, do Senhor Omar Jacques Amorim,
Superintendente-Geral do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. A
seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Motta,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Cyro Martini, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em continuidade,
o Senhor Presidente registrou o comparecimento, nos termos do Requerimento nº
15/98 (Processo nº 237/98), de autoria da Vereadora Maria do Rosário, do Senhor
José Clóvis de Azevedo, Secretário Municipal da Educação, concedendo a palavra
à Sua Senhoria, que discorreu acerca dos efeitos do processo de municipalização
do ensino e da política adotada pelo Executivo Municipal de Porto Alegre na
área da educação. Ainda, nos termos do § 1º do
artigo 138 do Regimento, os Vereadores Maria do Rosário, Adeli Sell,
Cyro Martini, Cláudio Sebenelo, Carlos Garcia, João Carlos Nedel, José Valdir,
Anamaria Negroni, Clovis Ilgenfritz e Antônio Losada manifestaram-se e
formularam questionamentos ao Senhor José Clóvis de Azevedo. Também, o Senhor
Presidente registrou as presenças do Senhor Luís Pires, Assessor de
Planejamento da Secretaria Municipal da Educação, e das Senhoras Sofia Cavedon
Nunes, Rosana Bona Galvani, Ana Maria Py Lucca, Dolores Ocampos e Maria da
Graça Schimdt, respectivamente Secretária Adjunta, Assessora Escolar, Assessora
Jurídica, Coordenadora de Planejamento e Assessora de Comunicação da Secretaria
Municipal da Educação. Na ocasião, face às Questões de Ordem suscitadas pelos
Vereadores João Dib, Maria do Rosário e José Valdir, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos sobre as
disposições regimentais que definem os procedimentos a serem adotados durante o
comparecimento de Secretários Municipais à Casa. Às dezesseis horas e dez
minutos, o Senhor Presidente agradeceu a presença do Senhor José Clóvis de
Azevedo e declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo reabertos
às dezesseis horas e onze minutos, constatada a existência de
"quorum". Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro Hagemann teceu
comentários acerca de expulsão de alunos, acusados de subversão, do Colégio
Estadual Júlio de Castilhos, lendo trechos de nota publicada, no dia de hoje,
pela Ordem dos Advogados do Brasil, pela Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil e pela Associação Riograndense de Imprensa, intitulada "Nota
Conjunta pela Paz", relativa aos problemas hoje apresentados pelo País. O
Vereador João Dib criticou a resposta recebida do Senhor Prefeito Municipal a
Pedido de Informações de sua autoria, relativo a gastos públicos com o Carnaval
deste ano, argumentando que é dever da Casa a fiscalização dos atos do Poder
Executivo. Na oportunidade, o Vereador Adeli Sell, através de
Questão de Ordem, solicitou a retirada de expressão
constante do discurso do Vereador João Dib, tendo Sua Excelência se manifestado
contrariamente à tal solicitação. Também, o Senhor Presidente registrou a
presença do Vereador Álvaro da Rosa, da Câmara Municipal de Cachoeirinha. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Ruas manifestou-se acerca da questão da
reforma agrária, analisando posicionamento assumido pela Ordem dos Advogados do
Brasil - OAB, face às invasões de terras no País. A Vereadora Anamaria Negroni
manifestou seu apoio ao pronunciamento
do Vereador Pedro Ruas, sobre o
posicionamento da OAB quanto à questão das invasões de terra efetuadas por
militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra - MST, discorrendo
sobre a política adotada pelo Governo Federal a respeito do assunto. Na
ocasião, o Vereador Clovis Ilgenfritz formulou Requerimento verbal, solicitando
fossem enviadas cópias do pronunciamento do Vereador Pedro Ruas à direção da
OAB, tendo o Vereador Pedro Ruas, através de Questão de Ordem, manifestado-se a
respeito. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos
de Lei do Legislativo nº 144/96,
173/97, este discutido pelo Vereador João Dib, 180 e 213/97, 03/98, este
discutido pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Guilherme Barbosa, 07 e 11/98, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 07/97, este discutido
pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Carlos Garcia, os Projetos de Resolução
nºs 05/98 e 44/97, este discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa e João
Dib; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 28/97, os
Projetos de Lei do Legislativo nºs 55/97, 01, 08 e 02/98, este discutido pelo Vereador
Gerson Almeida, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 81/97,
discutido pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, o Projeto de Lei do Executivo nº
04/98. Na oportunidade, foi apregoado o Ofício nº 109/98, do Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre, comunicando que deverá ausentar-se do Município das vinte
horas do dia doze de março do corrente até o final da tarde do dia quatorze de
março do corrente. Também, foi apregoada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, de
autoria da Vereadora Maria do Rosário, ao Projeto de Lei do Legislativo nº
98/96 (Projeto nº 1684/96). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Garcia
teceu considerações sobre a entrada em vigor de Lei Federal que prevê a
gratuidade dos registros de óbito e de nascimento, manifestando sua surpresa
com a reação dos Tabeliães dos Cartórios de Registros Civis a essa Lei. Também, ressaltou a necessidade de
implantação imediata de um sistema de estacionamento temporário do tipo
"Área Azul" nas imediações da Estação Rodoviária de Porto Alegre. O
Vereador Fernando Záchia manifestou-se acerca do serviço de publicidade em
abrigos de ônibus, solicitando informações oficiais da Secretaria Municipal de
Transportes sobre a licitação e o contrato de utilização de tal instrumento
público. A seguir, nos termos da alínea "f", § 1º do artigo 94 do
Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Hélio Corbellini,
que relatou visita realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos desta Casa à Fundação Estadual do Bem Estar do Menor, propondo implantação de um programa de cumprimento de
penas alternativas para os internos daquela instituição. A seguir, através de
Questão de Ordem, o Vereador Clovis Ilgenfritz manifestou-se acerca do assunto
tratado pelo Vereador Hélio Corbellini. Na oportunidade, o Vereador João Dib
formulou Requerimento verbal solicitando informações acerca do cumprimento,
pelo Executivo Municipal, do artigo 119 da Lei Orgânica Municipal. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria do Rosário discorreu acerca de nota
subscrita pela Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, pela Associação
Riograndense de Imprensa - ARI e pela Confederação Nacional dos Bispos do
Brasil, na qual constam manifestações dessas entidades, propugnando pela paz
social, pela reforma agrária e pelo efetivo cumprimento do Estatuto da Criança
e do Adolescente. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Luiz Braz informou o
recebimento, pela Casa, da Notificação nº 112 da Secretaria Executiva do
Ministério da Saúde, informando a liberação de
recursos financeiros para a área
da saúde, creditados em favor do Município de Porto Alegre. Ainda,
manifestou-se sobre as dificuldades enfrentadas por este Legislativo na
fiscalização dos atos do Poder Executivo e no acesso aos bancos de dados
informatizados das Secretarias do Executivo Municipal. Na oportunidade,
respondendo às Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Maria do Rosário,
José Valdir, Pedro Américo Leal e Henrique Fontana, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos sobre as disposições regimentais relativas à impossibilidade de
apartes, durante o pronunciamento efetuado em Comunicação de Presidente, e em
referência à formulação de Questões de Ordem pelos Senhores Vereadores. Após, o
Senhor Presidente deferiu Requerimento verbal do Vereador Clovis Ilgenfritz,
solicitando cópia das notas taquigráficas do discurso do Vereador Luiz Braz,
acima referido. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi rejeitada a prorrogação dos
trabalhos da presente Sessão, por dez votos SIM, dezesseis votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo,
Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sônia Santos, Não os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas e Renato
Guimarães e tendo optado pela Abstenção o Vereador Cyro Martini. Na ocasião,
face à Questão de Ordem suscitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca da condução dos trabalhos da presente
Sessão. Às dezoito horas e quinze minutos, esgotado o prazo regimental da
presente Sessão, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz e Juarez Pinheiro e
secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Adeli Sell, este como
Secretário "ad hoc". Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. João Motta solicita licença para tratamento
de saúde no dia de hoje.
(Obs.: Foi aprovado o
Requerimento de Licença do Ver. João Motta, e dada posse ao Suplente, conforme
consta da Ata.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Registramos o comparecimento do Sr. José Clóvis de Azevedo, Secretário
Municipal da Educação, que falará sobre os "Efeitos da Municipalização da
Educação e da Política Educacional em Porto Alegre". O Requerimento de nº
015/98, Proc. nº 0237/98, é de autoria da Vera. Maria do Rosário.
Citamos a presença dos
seguintes participantes da SMED: a Secretária-Adjunta, Sofia Cavedon Nunes; da
Assessora Escolar, Rosana Bona Galvani;
da Assessora Jurídica, Ana Maria Py Lucca; da Coordenadora de Planejamento, Dolores Ocampos; do Assessor de
Planejamento, Luís Pires; da Assessora de Comunicação, Maria da Graça Schimdt.
Convidamos o Sr. José Clóvis
de Azevedo para integrar a Mesa.
O Sr. José Clóvis Azevedo
está com a palavra.
O SR. JOSÉ
CLÓVIS DE AZEVEDO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Agradecemos o
convite e a oportunidade de podermos apresentar algumas questões que hoje são
fundamentais, que são de grande importância para o encaminhamento da questão
educacional no Município e, também, as questões que estão vinculadas à nova
ordem jurídica estabelecida pelas reformas educacionais, que hoje estão em
curso no País.
Em primeiro lugar, quando se
fala na questão de municipalização, é preciso estarmos atentos para o uso do
termo "municipalização em educação", porque não existe em nenhum
documento legal, em nenhuma parte da legislação, nada que fale na
municipalização. Não existe nenhum encaminhamento legal que obrigue ou que
encaminhe a questão da Educação para a municipalização. Independente do mérito
da questão da municipalização, que é uma questão bastante polêmica, bastante
discutida nos meios educacionais. Mas eu queria deixar claro isso, que não
existe nada que hoje proponha legalmente a questão da municipalização. A
legislação diz no parágrafo 1º do art. 211 da Constituição o seguinte: “A União
organizará o sistema federal de ensino e dos Territórios; financiará as
instituições de ensino públicas, federais e exercerá, em matéria educacional,
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir a equalização de
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade de ensino, mediante
assistência técnica, financeira aos estados e aos municípios”. Aqui tem uma
novidade: o Governo Federal lava as mãos, praticamente, no investimento do
ensino fundamental. Ele passa a ter uma função redistributiva e supletiva e vai
intervir com algum recurso quando for no sentido de equalização dentro dos seus
padrões. Praticamente, o Governo Federal se afasta da responsabilidade de
investimento no ensino fundamental.
As obrigações dos
municípios: os municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil. Em nenhum momento diz a legislação que o município é
responsável pela educação fundamental. Em nenhum momento! Diz que os municípios
atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil, e não
com exclusividade ou com responsabilidade total.
O parágrafo 3º do art. 211
diz o seguinte: “Os estados e Distrito Federal atuarão, prioritariamente, no
ensino fundamental e no ensino médio...” Portanto, a legislação desobriga a
esfera estadual das suas responsabilidades com o ensino fundamental. Não existe
hoje na legislação nenhuma forma que encaminhe para a responsabilidade única
dos municípios a sustentação do ensino
fundamental. O que a Constituição coloca é que os estados e municípios devem
organizar, em regime de colaboração, o sistema municipal e estadual de ensino,
ou seja, é um regime de colaboração que é assegurado na Constituição, e não a
transferência de responsabilidade de uma competência para outra.
Portanto, a questão da
municipalização muitas vezes atende a interesses imediatistas de determinados
setores da Administração Pública, que usam de forma indevida ou com uma
interpretação no mínimo equivocada daquilo que está estabelecido legalmente.
Então dito que não existe
nada que responsabilize o município de forma unilateral pelo ensino fundamental, nós temos que entrar em algumas questões que estão na pauta das mudanças
educacionais. Uma das questões é o fundo de valorização do magistério e desenvolvimento do ensino
fundamental. Esse fundo, criado pela Emenda 14 da Constituição Federal, prevê
que 15% dos 25% - que os estados e municípios têm que investir, no mínimo, na
manutenção e no desenvolvimento do ensino - das transferências do governo
federal e dos governos estaduais, no
caso, dos municípios, deverão ficar retidos no fundo. E como esse fundo é
devolvido aos municípios? Ele é devolvido somando o cálculo que é feito para devolver
o dinheiro dos municípios: soma-se o
número de matrículas de todos os municípios com o número de matrículas de todo o Estado, ou seja, o
número de matrículas das redes públicas municipais e da rede pública estadual e
divide-se pelo número de matrículas do município. Isso dará o índice do município. A devolução
do fundo será a multiplicação do número de alunos do município por esse
índice. Isso estabelece no Rio Grande do Sul uma quota-aluno, para devolução do dinheiro do fundo aos municípios, de R$ 549,00 por
aluno-ano. Temos uma série de
problemas, sabemos que o ensino de qualidade não custa menos de R$1.500,00 aluno-ano. É o que Porto
Alegre gasta aproximadamente no ensino
fundamental e vai receber como devolução do fundo quinhentos e quarenta e nove
reais. Isto leva a uma perda do Município de Porto Alegre de nove milhões de
reais durante este ano em função do fundo. Estamos falando em ensino
fundamental, em ensino de primeira a oitava série, ensino de primeiro grau. Mas
o fundo atende apenas ao ensino fundamental, retém 60% das verbas para
educação, isto é, 15% dos 25%, e só considera as matrículas do ensino
fundamental. Aí vem um agravante: nós temos, hoje, na rede um público de doze
mil alunos de educação infantil de zero a seis anos, somando as modalidades
Jardins de Praça, Escolas Infantis e Creches conveniadas, e mais seis mil
alunos da educação de jovens e adultos. Para estes dezoito mil alunos, nós não
temos nenhum retorno do fundo e nenhuma outra forma de financiamento que não
sejam recursos próprios da Prefeitura. Embora a educação infantil seja colocada
como obrigação do município, não se tem o financiamento para a educação
infantil. Retiram-se 60% do orçamento, que se prendem no fundo, e não se tem
recursos para educação infantil.
Então isso leva os
municípios a um dilema: ou aumenta o número de alunos no ensino fundamental de
forma desenfreada para receber o dinheiro de volta; ou abandona o atendimento
da escola infantil, que é um direito da cidadania e uma das prioridades do
município; ou fecha, também, os projetos de educação para adultos. Esse é o impasse hoje dos municípios que
atendem esse público, além do ensino fundamental, e que trabalham com recursos próprios.
Outra grande aberração que
está acontecendo na questão do fundo é que os alunos matriculados em escolas de
educação especial, alunos portadores de necessidades especiais de aprendizagem,
também não estão sendo contados para efeitos de devolução. Então o atendimento
mais caro de uma rede, que é para o aluno portador de necessidade especial, não
está sendo considerado neste ponto. Realmente isto cria um grande problema em
municípios com as características do Município de Porto Alegre, que tem tido um
crescimento bastante grande da sua rede nos últimos anos. É importante
salientar que enquanto o Município de Porto Alegre, no período de 1993 a 1997,
ampliou em mais de sete mil o número de matrículas da rede municipal do ensino
fundamental - de 1ª a 8ª séries -, a
rede estadual, nessa mesma modalidade de ensino, fechou 12 mil vagas em
Porto Alegre. Enquanto a Prefeitura foi pressionada a ampliar a sua rede
física, a outra rede física deixou de atender. Isso é uma aberração se considerarmos que é o contribuinte que
constrói as redes, tanto estadual quanto federal. Fica difícil o entendimento
pela população, quando uma rede é pressionada a crescer, abrindo, em quatro
anos, quase oito mil matrículas novas, e uma outra rede fecha 12 mil matrículas
no mesmo período. Além dessas questões que colocam em desafio a rede municipal,
temos outras, importantes, que mostram como as questões da educação estão sendo
tratadas hoje, de uma forma geral. Temos aqui um índice: a rede estadual do 1º
grau cresceu 3,5% no período de 1985 a
1997, enquanto que a rede municipal, só no ensino fundamental, cresceu 223%.
Temos outras questões
importantes a serem conhecidas e entendidas, e debatidas pela Câmara Municipal
de Porto Alegre. A questão da merenda escolar, por exemplo: a merenda escolar
tem sido municipalizada. Porto Alegre não aceitou municipalizá-la até hoje
porque o repasse que o Governo Federal faz para os municípios sustentarem a merenda escolar da sua rede
municipal e da rede estadual é equivalente a treze centavos/aluno/refeição.
Esse é o repasse do MEC aos municípios. Na medida em que os municípios fizeram
a municipalização - os que fizeram -, passaram a ter atraso nos repasses. Os
municípios só receberam a terceira parcela do repasse de 1997 em fevereiro
deste ano. Além disso, os municípios têm arcado com a infra-estrutura de
armazenagem, transporte e pessoal. E o cálculo para pagamento aos municípios é
com base no número de matrículas de dois anos atrás. Por exemplo, se o
Município tinha 10 mil alunos matriculados em 1996 e, em 1998, tem 15 mil, o
cálculo para receber a verba do MEC é feito sobre o número de alunos de 1996.
E o que é mais grave: este
ano o Governo Federal cortou 30% da previsão orçamentária para a merenda
escolar, ou seja, aquilo que era treze centavos/aluno/refeição deve baixar para
cerca de nove centavos/aluno/refeição. Porto Alegre, que oferece uma merenda de
qualidade, balanceada, de acordo com as necessidades nutricionais da criança e
do adolescente, gasta mais 75% em cima desse recurso do MEC. Em vez de os treze
centavos calculados pelo MEC, nós gastamos, hoje, mais de quarenta
centavos/aluno/refeição, o que nos leva a um custo aproximado de dois milhões e
800 mil a três milhões de reais, só com
merenda escolar na rede municipal de ensino.
Ao mesmo tempo estamos
gastando hoje mais de quatro milhões de reais só na formação de professores. O
salário dos professores municipais é quase quatro vezes maior que o do Estado.
Esse investimento, em formação, material didático e qualidade, eleva o
custo-aluno para em torno de um mil e 500 reais. E a qualidade que nós
alcançamos ainda não se compara àqueles padrões estabelecidos pelos países que
têm uma educação pública avançada. Hoje o Fundo criado pelo Governo Federal
para redistribuir recursos já existentes, e não para novos recursos, tende a
implodir os projetos de atendimento à educação infantil e à educação de
adultos, e a nivelar por baixo a qualidade do ensino fundamental. O alerta que
estamos fazendo é que a situação vai repicar mais adiante na qualidade do
ensino público de todo o País, principalmente, naqueles municípios que
avançaram na qualidade, como é o caso
de Porto Alegre.
Nesse crescimento da rede
municipal de ensino nós tivemos um aumento do número de estabelecimentos de
ensino do ano de 1989 para cá: de 37 para 89 estabelecimentos no ano de 1998.
Tínhamos em 1989 um total de 24 mil matrículas e, no ano de 1998, estamos com
50 mil matrículas. Então o crescimento da rede municipal de ensino de Porto
Alegre é um crescimento vertiginoso e com qualidade.
A situação que temos hoje coloca-nos um futuro de grandes
apreensões pela perda de recursos e pelas dificuldades que a implementação da
nova legislação coloca. Além das perdas com a criação do Fundo, nós temos
outras, acumuladas, que atingem os municípios de uma forma quase que
generalizada. Por exemplo, nós tivemos a extinção do IVVC, que trouxe para
Porto Alegre uma perda estimada em torno de seis milhões e 700 mil reais; com o
Fundo de Estabilização Fiscal tivemos uma perda de, aproximadamente, dois
milhões de reais; com a Lei Kandir, uma perda de quinze milhões e 800 mil
reais; com as mudanças no FUNDOPEM, uma perda estimada em três milhões; do salário-educação, quatro
milhões e 400 mil reais deixaram de ser passados para o município de Porto
Alegre em 97; do Fundo da Educação, nove milhões e 200 mil reais.
Então as perdas
orçamentárias do Município de Porto Alegre no ano que passou giram em torno de
40 milhões de reais devido a essa legislação e a essas mudanças. O Fundo passa
a ser um agravante a partir deste ano, com a perda de nove milhões de reais.
Poderíamos dizer que há um
discurso perigoso, que é o discurso fácil da municipalização. Diz-se que é
preciso municipalizar o ensino, porque o cidadão está mais perto dele, tendo
condições de fiscalizar melhor e participar mais. Estando as decisões mais
longe, é mais difícil a fiscalização pelos cidadãos, o que traz mais
dificuldades de controle.
Em tese, o que está
acontecendo hoje no Estado do Rio Grande do Sul e no Brasil não é a
municipalização, mas, sim, a prefeiturização, porque há repasse de obrigações
sem repasse dos recursos necessários. Isso quer dizer: se a municipalização
ocorresse, ela teria que ser acompanhada de uma reforma tributária que mudasse
a lógica da apropriação do bolo tributário. Temos hoje os municípios
participando de 17% do total do bolo tributário; 29%, os estados e 54%, a
União. Com essa distribuição do bolo tributário é impossível pensar-se em
municipalização. Sempre que um serviço é municipalizado, à medida que os
municípios o assumem em sua integralidade, os recursos começam faltar e
atrasar. É o caso da malfadada experiência da municipalização da merenda
escolar, que ocorreu em um grande número de municípios. O Governo Estadual
deixou de passar, ou atrasa de uma forma muito séria os repasses, e o Governo
Federal também não faz os repasses que deveria fazer, ou não faz em dia. E
agora está cortando 30% desses recursos.
Nós temos hoje uma grande
tarefa como administradores públicos, como políticos, como representantes da
comunidade: avançar no sentido de garantir financiamento para aquilo que não
tem financiamento, por exemplo, a educação infantil, a educação de jovens e
adultos. Quer dizer, é impensável desenvolver-se o ensino de educação
fundamental, que é obrigatório, isolado, sem que se atenda a faixa da população
de 0 a 6 anos e a de adultos.
Então esse é o nosso grande
desafio, colocado para os dirigentes da educação, para os dirigentes políticos,
representantes da comunidade nos dias atuais.
É esta a colocação que
gostaria de fazer, inicialmente, colocando-me à disposição dos Srs. Vereadores.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero saudar o ilustre Secretário, os assessores aqui presentes, e agradecer sua exposição
inicial. Quero ainda dizer que o Requerimento solicitando sua presença no
Plenário foi de autoria da Vera. Maria do Rosário, que na condição de
requerente tem dez minutos para a sua intervenção. Estão abertas inscrições
para mais nove Vereadores. Com a palavra a Vera. Maria do Rosário.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, quero saudar a presença do
Secretário Municipal da Educação, Sr. José Clóvis de Azevedo e dizer da
importância de esta Casa fazer o debate. Foi aprovado por unanimidade o convite
ao Secretário para que, vindo ele aqui, pudéssemos entender melhor o rumo desse
processo, que como o Secretário falou, do ponto de vista legal, do texto legal,
não poderá ser chamado, em nenhum momento, de municipalização, uma vez que não
faz parte do texto legal, nem da Constituição, nem da LDB, nem das legislações
que têm sido, a partir da nova LDB, aprovadas, a pauta da municipalização. De outra
ordem, sabemos da existência de uma pressão concreta sobre os municípios e essa
pressão se dá, fundamentalmente, através do chamado Fundo de Valorização do
Magistério e Desenvolvimento do Ensino Fundamental, no sentido de que esse
Fundo possibilita, apenas, o repasse de recursos para o município, na medida em
que o município tenha matrículas exatamente de acordo com o número de
matrículas no ensino fundamental, desconhecendo a prioridade que alguns
municípios deram na expansão da sua rede no sentido do ensino de zero a seis
anos, na educação infantil, como Porto Alegre fez. E, também, no sentido da educação especial para aquelas crianças,
adolescentes, jovens e adultos, que são portadores de deficiência. E no caso de
Porto Alegre, temos quatro escolas, e ainda do serviço de educação de jovens e
adultos, todos os programas no rumo da alfabetização e das propostas de
escolarização para aqueles que foram "roubados" do convívio da escola
pela situação de exclusão, pela situação de repetência, que historicamente nós
conhecemos neste País, e de que também fomos vítimas, durante muitos anos, na
nossa Cidade.
As questões que tenho para o
Secretário Municipal se referem à participação da própria Secretaria Municipal
de Educação e dos Secretários Municipais de educação na elaboração desse Fundo
Nacional e das legislações que, inclusive no Estado, têm sido aprovadas a
partir da pauta, da determinação do Governo do Estado, pela Assembléia
Legislativa, e que favorecem e pressionam os municípios no sentido da municipalização.
Tenho uma posição contrária à forma como se estabeleceu o Fundo. Acredito que a
implantação desse chamado Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental penaliza as prefeituras. Penaliza aqueles setores da sociedade que
mais têm investido na educação, que são justamente as prefeituras, que têm
aplicado 25%, de acordo com o que prevê a própria Constituição Federal; e que
aqui em Porto Alegre, em particular, tem aplicado 30%, como prevê a nossa Lei
Orgânica Municipal, justamente no ensino de qualidade para as camadas
populares, as camadas mais desfavorecidas da população. Acho que o Fundo nivela
por baixo a manutenção, o desenvolvimento do ensino e a própria valorização do
Magistério, uma vez que não fica muito clara a questão do piso nacional, e isso
absolutamente não se efetiva na prática. Exclui a educação infantil, a educação
de jovens e adultos e a educação dos portadores de deficiência, que são áreas
fundamentais da educação. Já trabalhando com
aquela noção, que me parece muito complexa e para a qual estamos muito
mal preparados como sistema de um modo geral no Estado e nos municípios, que é
a noção de que todo o portador de deficiência deve ser integrado à rede
regular. E acho que precisamo-nos debruçar sobre essa matéria, garantindo para
os que precisam de tratamento diferenciado e para os que já tem a possibilidade
ao atendimento integrado, como uma forma de integração, não somente à escola,
mas ao próprio mundo do trabalho, ao próprio desenvolvimento como cidadão.
Acho que na verdade existe
uma política, Sr. Secretário, Srs. Vereadores, de omissão da União e do Estado
em direção a sua responsabilidade quanto à educação. E quando pergunto se a
Secretaria de Educação alguma vez foi consultada acerca dessas novas
legislações que foram aprovadas pela União e que estão sendo debatidas em nível
nacional e aqui no Estado, é que parece-me que no conteúdo é importante
fazermos uma leitura do quanto é danoso para Porto Alegre uma legislação que,
de pronto, nos retira do orçamento cerca de 98 milhões de reais; além de tudo
aquilo que nós já vimos ser concentrado em termos de recursos pela Lei Kandir,
pelo FEF e por outras legislações no âmbito da União. Já com a preocupação
expressa pelo próprio Secretário do
não-repasse de recursos do salário-educação no ano de 1997. E aqui, a
concentração do poder de forma tal que se pauta a municipalização da educação
sem que sequer os municípios participem desse processo de elaboração, de como
esse procedimento poderia ser feito. Quero declarar que o meu posicionamento
acerca dessas municipalizações, ou prefeiturizações - esse processo forçado
sobre os municípios - é contrário a ele na medida em que quebra também a idéia
de unidade que nós temos relativamente à tarefa da escola pública. Nos parece
que tanto com a determinação de conteúdos fundamentais que possam ser
trabalhados em todos os municípios, por reconhecimento da realidade de cada
município, mas também aqui com a municipalização e a não-garantia de repasses,
nós teremos talvez para os municípios com maior recursos, trabalhando redes de
um nível, e para aqueles municípios mais empobrecidos do nosso Estado,
trabalhando a idéia de redes com menor qualidade e com maior dificuldade de
atendimento.
Porto Alegre, certamente,
tem o desafio de debater essa questão não somente voltando os olhos para a
nossa Cidade - essa é uma tarefa que acredito que a Secretaria Municipal já
desenvolve com excelência -, mas também porque tudo que aqui se desenvolve,
como capital do Estado, tem um caráter emblemático em direção aos outros
municípios, especialmente no interior do Rio Grande do Sul, e em todo o País.
Acredito que é fundamental ouvirmos a Secretaria de Educação sobre essa questão
do Fundo, sobre o processo de municipalização e sobre as medidas que estão
sendo tomadas no âmbito da nossa política desenvolvida no Município de Porto
Alegre no sentido de garantirmos a qualidade do atendimento, o que nos
caracteriza nos dias de hoje, que seria a ampliação da matrícula mantendo
padrões de qualidade.
Também solicitaria ao Sr.
Secretário que trabalhasse conosco essa idéia de uma atuação articulada, da
colaboração que sempre tivemos entre Estado e Município, inclusive considerando
que em Porto Alegre a rede municipal e a estadual trabalharam longos anos a
fio, articuladamente, no sentido, inclusive, através de terrenos, de construção
de prédios, de ocupação de espaços, de manutenção desse sistema, para que a
Cidade de Porto Alegre tivesse a cobertura necessária de vagas.
Acredito que o Secretário
nos traz uma boa notícia acerca da questão do salário. Sabemos das dificuldades
que temos como município para mantermos um padrão de qualidade na questão
salarial dos professores municipais, mas sabemos também que não compactuamos
com o processo de desvalorização da atuação profissional dos educadores da rede
estadual e, na prática, demonstramos uma política diferenciada, quando no
Município de Porto Alegre temos um salário quatro vezes maior pago aos
professores do que é pago nos dias de hoje no Estado.
Quero, também, fazer uma
referência final à chamada que a Secretaria e a Prefeitura Municipal fez aos
professores recém-nomeados no sentido de cumprirmos essas novas matrículas que
neste ano foram acrescidas na rede. Nenhuma dessas matrículas, Sr. Secretário,
nenhuma dessas novas presenças de professores no Estado, dessas nomeações, se
deram por contratação emergencial. Penso que isso demonstra também uma
diferença no tratamento com o funcionalismo na medida em que a Secretaria
Municipal fez concurso, respeita o banco de concursados, respeita a função e o
serviço público, enquanto vemos no Estado do Rio Grande do Sul cerca de 7.500
professores, 10% das matrículas do professorado do Estado, hoje, são contratos
emergenciais, que não durarão por mais de um ano, penalizando tanto os que procuram
de forma emergencial uma vaga no mercado de trabalho, que são os educadores,
quanto aqueles alunos que ao final deste ano terão os vínculos estabelecidos
rompidos.
Portanto, Sr. Secretário, eu
quero saudar a sua presença dizendo da nossa indignação com esse Fundo. E que a
Secretaria Municipal nos traga, como Vereadores, de que forma essas legislações
foram estabelecidas e se em algum momento houve, pelo princípio democrático de
nossas relações, alguma possibilidade de relacionamento que consultasse os municípios
sobre medidas, que são severas, na área da educação e sobre as quais nós
sabemos que os educadores não têm sido consultados e que - parece-nos - os
municípios - a FAMURS o declarou -
estão à margem também. Muito obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem algumas inscrições feitas. Houve uma consulta ao Sr.
Secretário e ele vai responder blocos de três intervenções para diminuir o
tempo e facilitar o nosso trabalho. O Ver. Adeli Sell está com a palavra e tem
até cinco minutos.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário, minha saudação aos colegas Vereadores.
De fato, as questões levantadas pelo Professor José Clóvis Azevedo são de uma
gravidade muito grande. Eu quero dizer a ele que, pelo que tenho visto, essa
situação não é apenas um problema para Porto Alegre, é um problema para a
maioria das prefeituras do nosso País. Eu creio que a proposição do Fundo e
essa chamada municipalização, que não passa de uma passagem de
responsabilidades única e exclusivamente às Prefeituras, fez, por exemplo, meu
caro Professor, que no interior do Estado se instalasse uma guerra entre as
escolas municipais e estaduais, tendo vários prefeitos feito movimentos de
cortar o transporte escolar. Não é o nosso caso aqui, porque não temos esse
expediente, mas na maioria do interior é uma necessidade. Então há essa guerra
entre as escolas, conflitos entre professores pela disputa do tal do Fundo,
porque se não houver um determinado número de alunos na rede pública municipal
não haverá, evidentemente, a referida verba. Portanto, nós estamos trazendo o
caos para a educação.
Também quero colocar,
professor José Clóvis, a questão dos cursos, assim como V. Exa. mencionou as
escolas especiais, as infantis, eu lhe perguntaria se V. Exa. quisesse implementar
um curso junto, por exemplo, com a SMIC, de aperfeiçoamento para uma camada
importante da nossa população que precisa de um ensino técnico, como, por
exemplo, técnicas em jardinagem para que possamos produzir mais e melhor na
Zona Sul da Cidade, pelo que eu apreendi da sua explicação, não haveria
possibilidade em termos de dinheiro do Fundo. Na minha opinião isso é uma
verdadeira barbaridade, porque isso é parte do ensino fundamental! Não apenas o
ensino formal de sete a quatorze anos.
Da mesma forma, gostaria que
V. Exa. fosse mais enfático, que explicasse melhor, porque talvez fosse uma
desatenção minha, a questão da alfabetização. Quanto a municipalidade gastou
nesse último ano em alfabetização de adultos com o MOVA? E não há a
contrapartida, quer dizer, há um chamado para que todos venham à escola, para
que se acabe com o analfabetismo; mas, na hora em que uma administração tem um
plano, tem um projeto, nós não temos a contrapartida em dinheiro. Como fica
essa situação? Como nós podemos fazer um movimento para que mude essa situação?
Eu tenho convicção, meu caro Secretário, que se trata de uma Lei Federal. Mas
eu ousaria lhe perguntar: o que V. Exa.
espera da Câmara Municipal de Vereadores para ajudar Porto Alegre a ter um
ensino municipal com a qualidade que foi conquistada? Porque, hoje, pelas
informações que eu tenho, não podemos expandir a rede de escolas infantis, -
que é uma marca da Administração de Porto Alegre, - exatamente por falta dessa
verba. O que V. Exa. sugere a nós, Vereadores? Independentemente de que sejamos
membros do Partido do Governo ou dos chamados Partidos de Oposição, porque a
educação, no meu modo de pensar, necessita do esforço de todos. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores e Sr. Secretário, por relevante, antes que pertinente,
cabe registrar nos Anais desta Casa a providência adotada por sua Secretaria
que denominou a Escola Infantil São José 2, Escola Infantil Padre Ângelo Costa.
Essa homenagem por ser justa, deixou satisfeita e reconhecida a comunidade,
especialmente aquela em torno da Igreja São José do Murialdo. Esse dado, esse
fato, essa providência, me parece ser relevante para assinalar aqui. Acredito
que a Secretaria já esteja providenciando a devida inauguração dessa
designação, agora que estamos prestes a comemorar a data relativa a São José,
neste mês de março, quando - acredito - tenha sido uma homenagem à data do
segundo aniversário da morte daquele Padre que muito significou para aquela
comunidade.
Por outro lado, vemos as
providências, as medidas, as obras adotadas pela Secretaria que levaram à
construção lá no Morro da Cruz de uma Escola modelo, a Escola do Morro da Cruz.
Escola que permite um número maior de matrículas para aquela Região do Morro da
Cruz e das comunidades em torno, que não acompanharam devidamente essas
providências tomadas pelo Governo Municipal, que ampliaram as matrículas na São
José e as comunidades adjacentes não foram devidamente acompanhadas pelo
Estado, que não encontra maneira de estabelecer na Região da Grande São
José uma escola de 2º grau, que é uma
reivindicação - escola denominada média, pela designação dada pela nova Legislação
que disciplina a matéria educacional, antiga escola de 2º grau, a partir da Lei
de Diretrizes e Bases de 1970. Mas hoje é uma escola média, de segundo grau,
que vem ao encontro das aspirações daqueles moradores, das famílias da Grande
São José.
Outra providência seria a de
amparar, na medida do possível, a iniciativa do pároco Lauro, da Igreja São
José do Murialdo, que está alterando uma edificação nas cercanias da igreja
para ali estabelecer ensino profissionalizante. Parece-me que essa iniciativa
do vigário Lauro merece consideração e atenção da Secretaria de Educação do Município. Aquele registro
inicial a respeito do falecido Pe. Ângelo Costa - que é uma figura de
importância expressiva para as regiões da São José, Vila João Pessoa, Morro da Cruz, Vila Vargas -, parece-me de extrema
importância ficar assinalado nos Anais desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Devolvemos a palavra ao
Secretário José Clóvis de Azevedo.
O SR. JOSÉ CLÓVIS DE AZEVEDO: Vera. Maria
do Rosário, de fato, a nova Legislação Educacional teve quase nenhuma
participação dos interessados. Tivemos uma longa discussão de quase seis anos
em todo o País com professores, universidades, entidades ligadas à educação,
onde se constituiu um Projeto de uma nova Lei de Diretrizes e Bases, que foi
aprovada na Câmara dos Deputados. Mas, para surpresa de todo o mundo, foi
criado um Substitutivo, por inspiração do Governo Federal, que veio na
contramão daquilo que havia sido construído, e é o que nós temos, hoje, de
legislação.
A questão do Fundo foi
criada com a Emenda Constitucional 14 e que teve a desaprovação do Congresso e
da UNDIME, que é a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Ensino que, em
Congresso em Brasília, tiraram um posicionamento contrário ao Fundo, exatamente
porque o Fundo não representa a criação de novos recursos à educação, mas, ao
contrário, apenas uma redistribuição dos recursos já existentes. Quer dizer,
aqueles que estão com um nível educacional extremamente baixo ganham alguma
coisa e aqueles que têm um projeto educacional de qualidade perdem a qualidade.
É o que nós chamamos de nivelamento por baixo.
O Ver. Adeli Sell coloca
muito bem, nós não temos hoje possibilidades de novos projetos, porque, com
estas perdas todas, se torna impossível um incremento de novos projetos, sob
pena de criar uma frente e desativar a outra frente. Nós precisamos estabelecer
prioridades, que acreditamos que são as que nós estamos colocando em prática,
hoje, que respondem àquilo que a própria comunidade, via Orçamento
Participativo, coloca como suas prioridades.
Na questão da alfabetização,
é importante que a gente registre o esforço que se faz hoje no sentido de por
um fim a essa mancha social tão forte que nós carregamos, que é a
impossibilidade de determinadas pessoas do acesso às letras, do acesso à
alfabetização mínima que o cidadão tem direito.
A Prefeitura, aliás, com a
participação da Câmara, que aprovou o Projeto do MOVA, de alfabetização, está
colocando em prática este Projeto que hoje conta já com quase três mil alunos
sendo alfabetizados. Em algumas regiões de Porto Alegre, nós já chegamos
praticamente ao índice zero de analfabetismo e
nós queremos divulgar isso e trazer para a Câmara, que foi parceira
conosco na elaboração, aprovando este Projeto de implantação do MOVA. Este
Projeto prevê, este ano, a implantação de 300 turmas com recursos já definidos.
Nós começamos em julho do ano passado e constituímos, até agora, em torno de
150 turmas de alunos do morro. Agora, não estamos tendo nenhum outro recurso para
enfrentar esse problema, embora tenhamos previsão orçamentária para enfrentar a
questão do analfabetismo, nós esperamos que haja um trabalho de conscientização
em todos os meios, inclusive, através do Poder Legislativo, no sentido da
mobilização, da articulação e da contribuição para que nós possamos, de fato,
atingir esse objetivo tão importante para a Cidade, que é chegar ao ano 2000
com menos de 2% de analfabetos, que hoje é de 5,6% na Cidade. Quanto à questão
do Partenon, do São José do Murialdo, que o Ver. Martini colocou, desejo dizer
que encaminhamos aquilo que foi a vontade da comunidade de homenagear, com as
escolas da região, o Pe. Ângelo que teve uma participação histórica, marcante
naquele bairro tão importante da Cidade de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Queria cumprimentar a Vera. Maria do Rosário pela
iniciativa e agradecer ao ilustre Secretário José Clóvis de Azevedo pela
presteza e pela disposição para o debate nesta Casa. Realmente existem
dificuldades muito grandes no País em relação à educação. Reconhecemos isso do
ponto de vista da União, do Estado e dos Municípios. Apesar de se alegar a
indiferença e até a não participação da União e do Estado, nós temos dados de
que em matrícula inicial do ensino fundamental na rede estadual e municipal do
Rio Grande do Sul, em 1997, o Estado participou no Município com 40% - 39,31% -
e o Estado em 60%. Na matrícula inicial de educação infantil, pré-escola, rede
estadual e municipal onde em Porto Alegre é encargo específico da Prefeitura
Municipal, o Município participa com 36% e quase 64% tem a participação do
Estado. Na matrícula inicial da educação infantil pré-escola e ensino
fundamental a rede estadual e municipal de Porto Alegre em 1997, se comparadas,
dá para o Município 22,52% e 77,48% para o Estado. Na matrícula inicial de
ensino fundamental a comparação entre rede estadual e municipal, quando a
matrícula inicial de ensino fundamental é encargo específico do Município, o
Município de Porto Alegre tem 21,31% e o Estado entra com 78,69%. Isso
significa que este gestor Estado não é tão omisso e indiferente aos problemas
da educação do que poderia se aperceber da insinuação e das palavras diretas da
Professora e Vera. Maria do Rosário.
Por outro lado, entro em uma
esfera mais política do que técnica, Sr. Secretário, pois temos uma afirmação
da Profa. Ester Grossi de que os ensinamentos e as grandes conquistas de Jean
Piaget, Maria Montessori e de Paulo Freire muito pouco chegam a ser usufruto
dos nossos escolares em Porto Alegre.
Por último, pergunto sob o
ponto de vista de uma coluna básica, de um norte político de educação. Na
Cidade de Porto Alegre estamos decorrendo o terceiro governo petista, cada um
deles teve um tipo de orientação, um norte. A cada quatriênio está se iniciando
um novo método de educação. Gostaria saber o porquê da descontinuidade e se há
um ponto de vista maior que possa unificar, que possa dar uma idéia, uma
metodologia axial, um eixo fundamental de ensino para a Cidade de Porto Alegre,
principalmente para as suas crianças.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, caro Secretário
José Clóvis de Azevedo e demais Assessores aqui presentes. Falando em
municipalização, isso que foi feito nós sabemos que não é propriamente uma
municipalização. Queremos aproveitar este momento para colocar que nós
defendemos o princípio da municipalização. Não defendemos essa forma como foi
implantada em nível nacional, mas o princípio da municipalização, nós
defendemos. Nós, o Ver. Carlos Garcia e até o próprio PSB - podemos falar no
PSB porque também defende esse princípio da municipalização - entendemos que o
micro é muito mais fácil de gerenciar do que o macro. Já fizemos
pronunciamentos nesta Casa sobre isso. É mais fácil eu cuidar da minha casa do
que tentar cuidar do meu condomínio. Agora, quando é designado um fundo com
valores que não contemplam a sua totalidade, colocando valores de 549 reais,
valores estes que poderiam e podem ser muito bons para uma determinada região
do País, mas não para a Região Sul, porque sabemos que de São Paulo para baixo
os investimentos são bem maiores e, ao mesmo tempo, nós sabemos e temos que
reconhecer que Porto Alegre é, sem dúvida nenhuma, um dos municípios que mais
investe em Educação, ao mesmo tempo, não contemplar educação infantil, alunos
portadores de deficiência, por si só já discrimina, porque o ensino deve ser
dirigido para todos e não para um segmento.
Em nível de União não se
discute, as coisas são determinadas e o resto, simplesmente, executa, mas todos
nós, que temos voz, quando temos oportunidade, temos que fazer esta
movimentação e dizer que nós discordamos. Eu perguntaria ao Sr. Secretário como
Porto Alegre pretende, daqui para a frente, enfrentar essa realidade, já que,
pelo menos a curto e médio prazo, achamos que não vai ter uma alteração
significativa. E entendemos, sim, que isso pode levar - e certamente levará - a
baixar a qualidade da questão docente no nosso Município.
Eu gostaria de parabenizar o
Ver. Sebenelo pela sua coragem de vir aqui defender o Estado no momento que
contratou, emergencialmente, quatro mil professores e esqueceu que poderia ter
feito concurso, que poderia, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade dos nossos
docentes. Mas, não, simplesmente esses serão mais quatro mil que ganharão R$
120,00.
Para concluir eu gostaria
que o Secretário respondesse como Porto Alegre pretende enfrentar essa questão,
principalmente da relação inversa que vai ter que, cada vez mais, dar
oportunidade a novos alunos e o investimento não vai ser da mesma ordem. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Secretário, o Papa, quando em visita a Cuba,
pediu a volta do ensino religioso naquele país. Em Porto Alegre o ensino
religioso foi cancelado pela Administração Popular. Pergunto: o ensino
religioso já retornou à educação
municipal, conforme prevê a nova LDB? Ou precisa o Papa vir a Porto Alegre
solicitar? A Ver. Maria do Rosário disse que havia entre o Município e o Estado
uma mútua colaboração para a construção e administração de escolas, e a
Administração Popular rompeu com esse acordo. Segunda pergunta: por que foi
rompido e se é possível retornar esse
acordo de mútua colaboração. Terceira
pergunta: por que V.Exa. só fala em perdas e culpa outros governos por isso?
Por que V.Exa. não fala em ganhos, maior arrecadação para o Município, maior arrecadação
de todos os impostos municipais, ISSQN,
IPTU, ITBI, multas de trânsito? Esses recursos não podem ser aplicados em
educação? Obrigado, Sr. Secretário.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. JOSÉ CLÓVIS DE AZEVEDO: Ver. Cláudio Sebenelo, em
relação à educação infantil, os dados
oficiais divulgados pelo Governo do Estado não contemplam a
educação de zero a seis anos, apenas faz o cotejo do número de alunos matriculados nas
classes de pré-escola, nas escolas regulares, que é chamado de Jardim A e Jardim B. É preciso lembrar que temos 33
escolas infantis que atendem desde o maternal até a pré-escola e esses alunos
do berçário, do maternal, não são computados pelos dados oficiais da Secretaria
de Educação. Também temos seis mil crianças atendidas nas creches comunitárias,
creches que estavam completamente ao abandono
desde que foi fechada a LBA e não tiveram mais recursos para
atender essas crianças.
Eu também gostaria de,
fraternalmente, discordar quando o Vereador diz que é dever específico do
Município o atendimento da educação fundamental e da educação infantil. Não é
dever específico, se específico foi
utilizado no sentido de exclusivo. Cabe ao Estado e aos municípios assegurar o
ensino fundamental. É isso que a Legislação estabelece. E é prioridade do
Estado o ensino fundamental e o segundo grau, e é prioridade do Município o
ensino infantil e o ensino fundamental, mas não exclusividade. O Estado tem
deveres e compromissos idênticos com o ensino fundamental e a educação
infantil.
O SR. CLAÚDIO SEBENELO: Concordo plenamente com V. Exa., a educação cabe à
União, ao Estado e ao Município, todos juntos, todos têm obrigação. E se derem
as mãos e juntarem os recursos, quem sabe as coisas melhorem. Acho que neste
sentido foi o seu discurso, pelo qual eu o cumprimento.
O SR. JOSÉ CLÓVIS DE AZEVEDO: Em relação à questão do
acesso a Piaget e Paulo Freire, até convido os nossos Vereadores a visitar as
nossas escolas, a participar dos nossos
cursos de formação. Seria uma grande alegria, uma grande realização deste
Secretário, que é professor há 30 anos, ver os Vereadores visitando e vendo um
curso de formação nas nossas escolas, onde os professores trabalham diariamente
com Piaget, com Paulo Freire, com Vigotsky, onde nós temos anualmente um investimento
de quatro milhões de reais na atualização permanente desses profissionais que,
por sinal, estão muito satisfeitos e percebem o diferencial que é o acesso as
novidades educacionais que eles têm em Porto Alegre, de uma forma quase
inédita.
Estamos convidando os
Vereadores para nos dias 26,27 e 28 participarem não só da abertura, porque a
abertura é um ato protocolar, mas, se possível, de algumas sessões de nosso
Seminário Nacional, onde os professores vão socializar, em mais de cem
trabalhos, as suas experiências pedagógicas, todas práticas e teóricas,
desenvolvidas em cima desses autores, basicamente: Piaget, Paulo Freire,
Vigotsky, que são as grandes vertentes da construção do conhecimento para o
mundo moderno que vivemos hoje. Estranho essa citação da Profa. Esther, porque
acredito que ela não faria esse tipo de afirmação, embora não esteja duvidando
do Vereador, em absoluto, mas, na realidade, não confere exatamente com aquilo
que é o principal acúmulo que temos na nossa rede.
E não existe uma mudança, a
cada Governo, de orientação. Pelo contrário, temos uma história de acúmulo e
superação de um projeto pelo avanço, pela construção de propostas mais
atualizadas. Por exemplo: tivemos, em 1994, um processo que V.Exas. devem ter
acompanhado, que foi o processo Escola-Constituinte, em que toda comunidade,
todos os usuários da escola pública porto-alegrense fizeram um ano e meio de
discussões, elegendo delegados, participando na escola, nas regiões e num
congresso, onde foram definidas as bases do modelo do projeto educacional de
Porto Alegre que estamos desenvolvendo hoje, que, aliás, é um projeto inédito
em referência nacional. Temos 29 escolas funcionando por ciclo de formação, num
sistema em que todos os alunos aprendem, onde se garante aprendizagem para todos,
portanto não há repetência. Quero também colocar aos Srs. Vereadores, um dado
novo que fechamos nesta semana, na segunda-feira, que é motivo de orgulho não
só para a Administração Popular, mas para a Cidade: Porto Alegre, hoje, tem o
menor índice de evasão escolar do Brasil. Tivemos em 1996, 5% de evasão
escolar. Pois sabem quanto atingimos em 1997? 2,43% de evasão escolar, quando a
média nacional é de 15%. Isso é motivo de orgulho não somente para mim, como
Administrador, mas para os nossos professores, usuários, pais, Vereadores,
enfim, para toda Cidade de Porto Alegre.
O Ver. Carlos Garcia coloca
a questão da municipalização. Como princípio, concordamos com a
municipalização, mas nesta conjuntura - como eu já falei - municipalização não
é municipalização, é "prefeiturização", é passar obrigações sem a
garantia dos recursos.
Ver. João Carlos Nedel, o
ensino religioso está sendo desenvolvido na nossa rede dentro de toda a
concepção que nós trabalhamos em todos os campos do conhecimento, que é a
concepção interdisciplinar e na linha da formação de uma cultura religiosa. O
ensino está sendo desenvolvido de acordo com aquilo que prescreve a legislação.
Claro que seria um grande prazer se o Papa viesse a Porto Alegre, nós o
receberíamos muito bem, mas não precisaria ele vir para implantarmos o ensino
religioso, que está sendo desenvolvido na nossa rede.
Por que não se fala em
perdas, nem em ganhos? Porque apesar de termos ganhos no aumento da
arrecadação, as perdas são maiores. Estamos tendo perdas relativas. Por isso é
que se fala em perdas. Se aumentamos 20 milhões de reais na arrecadação,
perdemos quase 50 milhões com essa sangria dos diversos mecanismos que nos
tiram possibilidades orçamentárias de ampliar determinados projetos. Embora
possa haver um crescimento absoluto, as perdas relativas são reais.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Secretário José Clóvis de Azevedo,
boa parte das questões que eu ia abordar já foram referidas, mas eu quero
salientar dois ou três aspectos importantes desse debate. Os movimentos
sociais, especialmente na área de educação, numa luta de vários e vários anos,
conseguiram produzir um acúmulo sobre a questão da escola pública. Uma defesa
da escola pública democrática, gratuita, uma escola pública de qualidade.
Entendo que esta qualidade deve ser um padrão para toda rede escolar, para toda
e qualquer escola, ou seja, nós temos que ter, na verdade, a escola unitária que
tenha o mesmo padrão de qualidade em qualquer lugar e em qualquer esfera.
A municipalização que está
sendo proposta vai na contramão de muitos desses pressupostos que nós
acumulamos em vários e vários anos de luta e de debates. E, principalmente,
esta municipalização, que está sendo regrada pela Emenda 14 e pela Lei nº 9424
- Lei do Fundo -, está sendo proposta num quadro, numa conjuntura de estado
mínimo, de deturpação dos princípios federativos pela redução dos recursos do
Município - como já foi referido, aqui, inclusive com fartos dados sobre isso -
e também vem num quadro conjuntural da política de privatização que está
começando a atingir, também, os setores das políticas sociais e o sucateamento
das políticas sociais que, aliás, é a ante-sala sempre da política de
privatização.
Este projeto de
municipalização, que está sendo implantado no País na área de educação, é muito
sério pelas questões trazidas aqui pelo Secretário de forma bem explicada, bem
colocada e bem elaborada, pois deixa fora a educação infantil e a educação de
jovens e adultos.
O Secretário, inclusive,
referiu-se no início do seu pronunciamento que essa municipalização não está na
lógica da própria Constituição, que estabelece a política de cooperação técnica
e financeira entre as três esferas, mas na lógica de transferência de
responsabilidades e transferência de encargos sem a devida contrapartida dos
recursos, ferindo, portanto, o próprio dispositivo constitucional.
A conseqüência dessa
política de municipalização vai ser a desigualdade em todos os sentidos: a
desigualdade na questão da qualidade. Portanto aquele sonho da escola de
qualidade, o sonho da escola unitária fica muito prejudicado. Como já foi
referido por vários oradores, os municípios com menores recursos terão a qualidade
do seu ensino rebaixada. Também haverá desigualdade na questão pedagógica, e
estabelecer-se-á uma profunda dependência política, especialmente por parte dos
municípios mais pobres, em relação às esferas superiores do poder público:
Estado e União.
Concluindo, gostaria que o
Secretário nos relatasse como tem sido a experiência internacional nos países
onde a municipalização foi implantada. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Sr. Secretário de Educação, Sras. e
Srs. Vereadores; Sras e Srs. Cidadãos de Porto Alegre que nos acompanham hoje.
Foi dito aqui que a
municipalização do ensino, ora proposta pelo Governo Federal, está sendo
colocada na contramão - como disse o nobre Ver. José Valdir - do que sempre foi
proposto e debatido pelo Governo Municipal atual, Petista, como eles querem que
seja.
Na realidade, o que o
Governo quer é transferir as obrigações, todas aquelas obrigações que tinha com
os municípios, transferir essas obrigações, esses direitos para os municípios.
Eles vão gerir esses recursos que vão ser repassados, inclusive para o nosso
Município.
No material que nos foi
fornecido consta uma tabela nº 3 - não
existe paginação neste material -: Modalidade de Ensino na Capital. Temos aqui:
jardins de escola, jardins de praça, escolas infantis, creches comunitárias,
etc.
Disse o ilustre Ver. Adeli
Sell que esta escola infantil era um modelo do governo Petista de governar.
Pois bem, estes números
todos que temos aqui no material ofertado pela SMED não colocam, de forma
nenhuma, que o dinheiro que esteve em Porto Alegre, até então, foi repassado
pelo Governo Federal.
Tudo isso aqui, de acordo
com a SMED, com os Vereadores do PT é só obra,
só são coisas feitas pelo PT, são glórias do PT. E não é verdade. Tanto
que agora o Governo Municipal está
rejeitando a proposta adversa, a proposta que vai terminar - desculpem-me pela
expressão - com a "mamata", vai terminar com o discurso vazio de que todo
o problema da educação e da saúde é do Governo Federal ou do Governo Estadual.
Não podemos esquecer que esta Capital foi uma das últimas a admitir o programa
que foi instituído pelo Governo Federal com relação à saúde municipalizada, e
assumiu isso por pressões eleitorais do último pleito, de 1996. Não podemos
deixar que ocorra em Porto Alegre a mesma situação, porque Porto Alegre tem
dinheiro, sim. Foi dito, aqui, que Porto Alegre vai perder de nove a dez
milhões no ano. Porto Alegre deve fazer como fez o Prefeito de Eldorado do Sul,
que está aplaudindo a nova idéia da municipalização do ensino. Por que, então,
esta Cidade não pode fazer o mesmo? É uma questão apenas de raciocínio. Muito
obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: (Saúda os componentes da Mesa.) Eu me inscrevi,
porque eu tenho uma verdadeira afinidade com essa área. Dediquei um bom espaço
do meu tempo, como dirigente, como administrador, em 1989/90, na Secretaria do
Planejamento, a algumas questões que
considerávamos que era o desafio que os dirigentes municipais - no nosso caso -
tinham neste País.
É muito comum as pessoas
dizerem que a educação é fundamental, que só com educação se consegue mudar o
País. Mas nós achamos que tem que saber que tipo de educação é essa.
Sr. Secretário, nós nos
orgulhamos profundamente de estarmos, naquela época em que era Secretária de
Educação a Dep. Esther Grossi, em um movimento para a criação das escolas
infantis. Herdamos do Governo Collares uma proposta interessante de escolas que
estavam sendo encaminhadas e que tinha uma conotação de participação da
comunidade para administração das escolas e sustentação delas. Mas elas não
estavam concluídas e havia um longo caminho a percorrer. Foi feito um projeto
na Prefeitura com a participação deste Vereador, na época muito entusiasta, da
Secretaria de Educação, para a criação das chamadas escolas infantis. Hoje nós
temos 33 escolas infantis em Porto Alegre, atendendo crianças de zero a seis
anos de idade. Com uma visão diferenciada das creches, que eram apenas
consideradas quase como um depósito de crianças.
Por um lado, foi muito
importante naquela época e, posteriormente, no Governo Tarso, depois, no Governo Raul Pont, o convênio que
foi feito para assumir as creches que o Governo da Vera. Anamaria Negroni havia
abandonado. A LBA foi fechada. A LBA formou inúmeras creches, foi feita uma
enorme demagogia e depois foi abandonada. Eu visitei a pé, com Olívio Dutra
como Prefeito, com Esther Grossi e outros secretários, as creches do governo
anterior - com o Governo Federal, Governo Estadual e a LBA como
co-responsáveis. Quando estava o prédio não ocupado, ele também estava
esvaziado, tinham roubado geladeiras e fogões; não havia a mínima estrutura,
era um caos.
Soubemos na semana passada
que o Município fechou o centésimo convênio para auxílio às creches, o que não é uma maravilha. Está sendo feito um
trabalho ainda bastante precário com relação às antigas creches, mas nos
orgulhamos tanto disso, quanto das escolas infantis.
Eu acredito que não há por
que responder as críticas veementes da Vera. Anamaria Negroni, por mais que
respeitemos o seu direito de dizer o que pensa e o que sabe, mas, por favor,
precisamos assumir uma postura para dizer as coisas com fundamento.
Venho à tribuna para dizer
aos Srs. Vereadores que estou orgulhoso do que está sendo feito em Porto
Alegre, embora concorde com outros Vereadores e com a comunidade que muito
ainda tem de ser feito; e nós, da Câmara, estamos colaborando para isso. O
projeto novo foi feito com o apoio efetivo da Câmara. Saudamos a Secretaria de
Educação e o Governo Municipal. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Henrique Fontana está
com a palavra. Desiste. O Ver. Antônio Losada está com a palavra.
O SR. ANTONIO LOSADA: Professor Azevedo, a
educação tem sido objeto de muita discussão nacional. A sociedade brasileira
tem buscado uma saída para resolver o problema educacional neste País. Nós
somos testemunhas do esforço da sua gestão, do esforço que a Administração
Popular vem desenvolvendo para atender às necessidades das creches, das escolas
infantis, das escolas especiais, do ensino fundamental, dos projetos de
alfabetização. E vem também, através das escolas por ciclos, reduzindo
enormemente a evasão.
Nós estamos preocupados com
essas medidas de cortes de recursos que vão atingir a rede de ensino municipal
de maneira significativa. Só a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, com essas
medidas do Governo Federal, cortará a importância de 40 milhões de reais, sendo
que a Secretaria de V. Exa. terá um corte de nove milhões. Nós queremos saber o
que significa esse corte, do ponto de vista de atendimento desses projetos, do
ponto de vista de ampliação das creches infantis tão necessárias em Porto
Alegre.
A Administração Popular
conseguiu construir um número de creches, mas não só construir os prédios, como
dar atendimento total: alimentação, profissionais da área, possibilitando
através de monitores a educação para crianças de zero a seis anos, dando os
primeiros passos de ação organizada.
Nós queremos e estamos
preocupados em saber o que significará para a nossa comunidade, para a
comunidade da periferia, o corte dessas verbas, quando nós sabemos que o
projeto de alfabetização, através do MOVA, tem dado um resultado significativo,
que as escolas por ciclos têm avançado enormemente na integração com a
comunidade, possibilitando a
permanência dos alunos durante todos os períodos. Nós deixamos essa pergunta ao
nobre Secretário. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. José Clóvis de Azevedo está com a palavra.
O SR. JOSÉ CLÓVIS DE AZEVEDO: Quero apenas comentar duas questões bem pontuais. Uma
que esqueci de comentar anteriormente, do Ver. João Carlos Nedel, quando ele
disse que a Administração Popular rompeu o convênio de colaboração entre o
Estado e o Município. Quero registrar que esse convênio foi rompido em 1985.
Convênio em que o Município construía as escolas e repassava-as ao Estado. Isso fez com que, hoje, nós
tenhamos em Porto Alegre mais de 90% dos prédios construídos pela
municipalidade. Mas o convênio não foi rompido pela Administração Popular. Foi
rompido pelo então Prefeito Alceu Collares. Não quero entrar, aqui, no mérito
do ato, mas apenas recolocar a questão de uma forma mais objetiva.
Também o Ver. Carlos Garcia
fez referência à questão do concurso público. É importante essa colocação,
porque nós também precisamos ter consciência de que não podemos retroagir
historicamente e reinstituir a contratação como um instrumento de acesso ao
serviço público. É importante que a questão do concurso seja observada e, nesse
sentido, não temos outro tipo de
admissão que não seja a admissão pelo concurso.
O Ver. José Valdir fala na
experiência internacional da municipalização. Esse mesmo modelo que se desenha
no Brasil foi implantado em vários países da América Latina, principalmente no
Chile e na Argentina. Temos dados para afirmar que a implantação da
municipalização dessa forma, no Chile e na Argentina, foi muito prejudicial às
escola pública. Em primeiro lugar, porque muitos recursos não foram repassados.
Aconteceu que, como a municipalidade recebeu esses alunos e não tinha condições
de manter essa estrutura, começou a desenvolver convênios com entidades
privadas, que começaram a avançar e a transformar a educação pública em uma
educação voltada para o mercado. Portanto tivemos um processo acelerado de
privatização.
Considerando que a escola
pública é a única forma que milhares de pessoas têm de acesso à escolaridade,
no momento em que ela reduz a oferta de vagas, também aumenta a discriminação
social, porque um número maior de pessoas deixa de ter acesso a ela.
É essa a versão sintética do
que ocorreu na Argentina e no Chile: um processo de falência da escola pública
na mão das municipalidades e a diminuição das possibilidades de acesso da
maioria da população à escolarização via ensino público. Essa questão está
sendo debatida e há um movimento de revisão dessas reformas, principalmente no
Chile, implantadas nesse País já a
partir de 1988 e 1989, e que agora começam a ser implantadas em nosso País.
Nós não temos nenhum aporte
de recursos do Governo Federal para construir escolas. Todas as nossas escolas
são construídas com recursos próprios. Infelizmente, deveríamos ter recursos
para a educação de jovens e adultos e para o movimento de alfabetização. A
única verba que recebemos a mais de custo do MEC, no ano passado - além da
merenda escolar, que apenas contribui com 25% do custo da merenda e que são
recursos do salário-educação -,
foram 70 mil reais para a educação de
jovens e adultos e nenhum recurso para a reconstrução, reforma e ampliação da
rede.
O companheiro Ver. Clovis
Ilgenfritz colocou muito bem a questão das creches. De fato é isso que ocorre.
Nós não só interferimos no espaço que havia sido abandonado pelo Governo Federal, como demos qualidade,
transformando escolas infantis em prédios novos, ou seja, aquela estrutura
existente não serviria para implementar a proposta que desenvolvemos desde a
época do Governo Olívio Dutra e que se consolida hoje com 33 escolas.
O Ver. Antônio Losada
pergunta, com muita propriedade, quais seriam as conseqüências da perda de nove
milhões. Eu daria dois exemplos: com nove milhões de reais, poderíamos atender
mais quinze mil crianças de zero a seis anos na forma conveniada de creches
comunitárias; poderíamos construir mais sete escolas novas de ensino
fundamental para sete mil alunos. Isso é para se ter uma idéia do que significa
de perda para a Cidade de Porto Alegre, esse fundo que apenas administra
recursos já existentes.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): O convite ao Sr. Secretário Municipal de
Educação foi feito para que se estudassem os efeitos de municipalização da
educação e política educacional em Porto Alegre. Não me inscrevi porque
considerava que havia Vereadores muito mais competentes do que eu. Mas dois
Vereadores - e, agora, o Secretário - falam sobre as creches. E sobre creches eu
gostaria de saber como fica o art. 47 da Lei Orgânica, que determina que
"todos os servidores têm direito, para seus filhos de zero a seis anos, à
creche". E eu pergunto: quantos servidores têm creche a sua disposição?
O SR. PRESIDENTE: Acato a Questão de Ordem de V.Exa., porque estamos atendendo a um
Requerimento que foi votado, mas já temos as participações dos Vereadores que
se inscreveram e estamos nos momentos derradeiros da participação do Sr.
Secretário. Assim, eu pediria que o Sr. Secretário continuasse dentro do tema
para o qual foi votado o Requerimento.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Acredito procedente a
Questão de Ordem do Ver. João Dib. No entanto, o Sr. Secretário está
respondendo questões trazidas pelos Vereadores. Nesse sentido os Vereadores,
nas suas questões, é que precisam estar atentos ao Requerimento, e não à
resposta do Secretário, que está respondendo além do próprio Requerimento.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, creche está
perfeitamente dentro do tema da educação. É uma desinformação do Ver. João Dib.
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Secretário está com a palavra.
O SR. JOSÉ CLÓVIS DE AZEVEDO: Concluo, reafirmando as conseqüências, conforme eu
estava dizendo em resposta ao Ver. Antônio Losada.
Queria agradecer o convite
da Câmara de Vereadores pela excelente oportunidade que me trouxe a este espaço
para abordar algumas das questões relativas à educação que, hoje, estão
preocupando a Cidade, inclusive o Estado e o País. E me coloco sempre à
disposição do Poder Legislativo Municipal, não só para vir aqui, para responder
as questões que julgarem pertinentes, como também a Secretaria está à
disposição dos Srs. Vereadores para
tudo aquilo que for de seu interesse, do Poder Legislativo Municipal.
Muito obrigado e nos colocamos sempre à disposição.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sr. Secretário, nós queremos agradecer também, em nome da Casa, a sua
gentileza ao aceitar o convite que foi feito para vir aqui responder as
questões levantadas pelos Srs. Vereadores. Nós acreditamos que este contato
entre Legislativo e os órgãos do Executivo é realmente vital para que nós
possamos, realmente, prosseguir na nossa tentativa de fazer com que o nosso
Município possa ser cada vez melhor. Muito obrigado.
Nós vamos suspender a Sessão
por alguns minutos, para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h10min.)
O SR. PRESIDENTE (às 16h11min): Estão reabertos os trabalhos. Está com a palavra o
Ver. Lauro Hagemann para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, assumo a tribuna nesta tarde para gizar uma nota
oficial publicada na imprensa, hoje, da Ordem dos Advogados do Brasil, da
Comissão de Justiça e Paz da CNBB e da Associação Rio-Grandense de Imprensa a
respeito de acontecimentos recentes e de uma nova posição do Governo - mais
especificamente do Governo Estadual - no trato de questões que eu pensava, há
muito, estivessem superadas.
Nos fins da década de
sessenta, eu ainda era Deputado Estadual, quando participei de reuniões na
Assembléia que visavam garantir a permanência, no Júlio de Castilhos, de
estudantes, integrantes da Direção do
Grêmio Estudantil, que haviam sido expulsos por promoverem atividades ditas
subversivas. Essa prática eu pensava que estivesse superada. Pois estamos nos
defrontando hoje, novamente, com esse problema. Membros da Direção do Grêmio
Estudantil do Júlio de Castilhos estão sendo afastados do Colégio, expulsos do
Colégio por prática - de acordo com não sei quem, possivelmente da Direção - de
atividades ditas anti-sociais. Agora há pouco, no caso da rebelião da FEBEM, a
imprensa foi impedida de ingressar no local dos acontecimentos - os Vereadores
também. E recentemente, também, a imprensa foi impedida de ingressar nos locais
em que os agricultores sem-terra estavam acampados. A nota dessas três
entidades que nominei diz, especificamente, no seu ponto 2: (Lê.)
"Reafirma-se que a
questão da terra, assim como a fome, a falta de saúde, a mortalidade infantil,
o analfabetismo, os meninos de rua, o desemprego, a violência crescente e todos
os problemas sociais mais graves não se resolvem como questão de polícia".
E prossegue. "Estes problemas dizem respeito a toda a sociedade, e nada
justifica, em um estado democrático de direito, como verificado nos dias
recentes, a proibição de acesso da imprensa e dos representantes de entidades
da sociedade civil, tal como a própria OAB, aos locais de tensão. Somente uma
conduta transparente do Poder Público no trato destes conflitos sociais poderá ensejar o diálogo e a busca de
soluções negociadas.”
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós estamos perigosamente retomando rumos que a sociedade pensava
já terem sido superados. Essa nota da Seccional da OAB, da Comissão de Justiça
e Paz da CNBB e da Associação Rio-Grandense de Imprensa deve produzir na
sociedade uma reflexão muito profunda, para que daqui a pouco nós não sejamos
surpreendidos com uma vindita popular nas eleições que virão aí, no dia quatro
de outubro. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sempre ensinei aos meus filhos que
um homem não afronta ninguém, mas, se tiver que enfrentar, ele enfrenta todos
quantos apareçam. E, se eu ensinei aos meus filhos que não afrontassem ninguém,
é claro que eu não aceito ser afrontado. Afrontado, eu reajo e a minha reação
poderá ser violenta.
Fiz um Pedido de Informação
a S. Exa., o Sr. Prefeito Municipal, sobre os gastos no carnaval, o repasse de
recursos de um milhão, setecentos e trinta três ou cinqüenta e três reais para
a Associação das Entidades Recreativas, Culturais e Carnavalescas de Porto
Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. E fiz mais, pedi que me interpretasse
a Lei nº 8666, e ele respondeu-me algumas coisas, mas o parágrafo final de
resposta do Prefeito é afrontoso e eu devolvo a afronta a ele. (Lê.)
“Finalmente, no que tange à exigência do parágrafo 2º do citado artigo” - que é
o 116 da Lei nº 8666 -“entendo que a mesma também foi atendida, porquanto que o
que a Lei exige é que se dê ciência à Câmara Municipal” - e sublinha “à Câmara
Municipal” - “fato esse consumado com publicação do extrato”, - e foi sublinhado - “Convênio no Diário Oficial do
Município de 02 de janeiro de 1998. Repito:” - e aqui está a afronta - “o que
se exige é a ciência ao Legislativo e não a remessa do convênio a este Poder.
Destarte, não vejo nenhuma infringência ao citado dispositivo legal”.
O Sr. Prefeito Municipal é o
mesmo indivíduo que me fez uma acusação e escondeu-se, depois da agressão que
me fez, sob a larga saia da imunidade parlamentar, quando não era mais Deputado
Federal. É esse indivíduo que faz isso! Mas como ele quer cercear o dever do
Vereador de fiscalizar? Acho até que tem coisa para ser escondida, pois dar
ciência do estrago não significa nada.
Vejam V. Exas., Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, que eu não fiz nada no ar. Eu queria fiscalizar o
Contrato. Eu já dizia, desta tribuna, que algumas coisas estão escritas na Lei
Orgânica, no Estatuto do Funcionário e na própria Lei 8666. Eu acho que houve
alguma safadeza! Eles estavam querendo esconder! Vejam Exas. que ele, então,
atendendo ao Requerimento do Vereador, mandou. Aqui começa assim: "Aos 23
dias do mês de dezembro de 1998". Ele assinou o contrato em 23 de dezembro
de 1998, diz aqui que a sua Procuradoria assinou o Contrato. Eu tenho a
impressão de que ele não tinha Contrato, quando eu perguntei. Agora, sou eu que
levo as coisas para outro lado.
Eu alertava desta tribuna
que a Lei Orgânica é clara, quando diz que convênios, contratos e atos
assemelhados com entidades públicas ou particulares são competência do
Município, feitos pelo Executivo, com análise da Câmara e sanção do Executivo.
O art. 46 diz: "Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de
empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que realize qualquer
contrato com o Município". Isso está no Estatuto.
Mas, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, como é que este Vereador poderia saber que a Lei Orgânica foi
descumprida? Que um servidor municipal assinou um Contrato de um milhão e
oitocentos mil reais? Foi um servidor municipal que assinou o Contrato com o
Município. E a própria Lei que disciplinou o Carnaval diz que é o Poder
Municipal, e o Poder Municipal é o
Executivo e o Legislativo. Há muitas
coisas para serem feitas antes de agredir um Vereador que é atento e que deseja
sempre fazer a sua maior missão que é fiscalizar, não é fazer novas leis, o
que se precisa é que se cumpra a
legislação que existe. Por isso, Sr. Presidente, estou fazendo um Requerimento,
no qual peço urgência-urgentíssima, para que a Comissão de Justiça se pronuncie
sobre esse assunto, e não baixe em diligência ao Executivo, como já fez no
outro pedido, de decisão da Comissão de Justiça por Vereador do PT. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): O Ver. João Dib usou, no seu discurso,
a palavra safadeza. Acho que esta palavra não condiz com as questões
levantadas pelo nobre Vereador e gostaria
de saber, ao pedir a retirada
dessa palavra, se tenho que fazer formalmente um Requerimento
ou se depende apenas da anuência do Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Depende da anuência do Vereador, se ele quiser retirar a palavra do seu
discurso.
O SR. ADELI SELL: Eu pediria que o Vereador retirasse a palavra, porque quero me
comprometer, enquanto Liderança do Partido dos Trabalhadores, a encaminhar as
preocupações levantadas na sua fala.
Obrigado.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu fui afrontado. Eu não afirmei que era uma
safadeza, eu disse que poderia ser uma safadeza, porque o contrato foi assinado
no dia 23 de dezembro de 1998, vai
acontecer daqui a dez meses.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa., então, não retira a palavra. Anuncio que o Ver. Álvaro da Rosa, de Cachoeirinha, está
nos visitando, é sempre um prazer
receber a visita de Vereadores da nossa Grande
Porto Alegre.
O Ver. Pedro Ruas está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Nestes últimos dias, o Estado tomou conhecimento dos fatos graves
que envolviam principalmente a eventual retirada dos ocupantes de Três
Fazendas, mais precisamente nos Municípios de Piratini, Jóia e Santo
Antônio das Missões e, a partir daí,
das gestões realizadas para que a situação fosse resolvida sem conflitos e
fundamentalmente sem violência. Já cumprimentei o Ver. Lauro Hagemann pelo seu
pronunciamento e tenho imensa honra em dizer que toda sociedade acompanhou a
gestão, o trabalho, a interlocução, a mediação, fundamentalmente, realizada
pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Gaúcha - em tal episódio.
Pessoalmente fui testemunha dos esforços do Presidente Luiz Carlos Levenzon e
de toda sua Diretoria, bem como de todo Conselho da OAB, em nível Seccional, no
sentido de resolver - e enfatizo essa expressão - "resolver" a
questão, sem que houvesse violência.
Vejam bem, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, que a posição da OAB não é a favor deste ou daquele, não é a
favor desta ou daquela proposta, ou seja, a posição da Ordem, a sua missão
institucional é lutar para que ocorra o cumprimento da Constituição Federal,
que prevê expressamente a Reforma Agrária. E que tratem as autoridades
públicas, o caso das ocupações, como um caso social, um fato social, uma
circunstância social, Ver. Hélio Corbellini, e não um caso de polícia. É essa a
ótica que a OAB enfatizou junto a todos os órgãos competentes, passando desde a
Secretaria de Segurança, pelo Governo do Estado, a própria FARSUL, e conversando
com os integrantes do MST.
A OAB tem a posição de que
se tratando de um verdadeiro drama social a questão de que as pessoas não têm
terras para produzir, e não têm como produzir sem essa terra - e que a partir
daí existem outros fatos sociais que nada têm a ver com a OAB, e que são
decorrentes desta circunstância -, no final da ponta pode haver uma
incompreensão das autoridades responsáveis e esses fatos serem tratados e
reduzidos a simples casos de polícia. Essa foi a intervenção da OAB. Não defendeu
esta ou aquela posição; defendeu, sim, que tais fatos fossem considerados como
sociais e graves, mas tratados como fatos sociais. E a sua mediação teve
resultados.
Isso nos faz lembrar dos
velhos tempos da Ordem, quando, muito mais do que uma entidade de classe,
passou a representar toda a sociedade, as prerrogativas da cidadania, os
direitos humanos, a justiça social. Aliás, a advocacia é a única categoria
profissional onde o inscrito no órgão de classe tem que prestar um juramento.
Nesse juramento existe o conteúdo de defender a justiça social e os direitos
humanos, além dos valores de sua categoria profissional. A justiça social e os
direitos humanos estão no juramento do advogado, estão no juramento de cada
integrante ou dirigente da OAB.
Essa missão que cumpriu,
agora, a OAB, de um conflito que poderia se tornar grave, onde poderia ocorrer
violência, reafirma o seu compromisso institucional. Em nenhum momento a Ordem
desatende os interesses corporativos da categoria profissional que representa, mas
ela tem ao lado, e até acima, um compromisso de caráter institucional que
marca, de forma indelével, a sua história. Atuar para que ocorra justiça
social, atuar para que exista respeito aos direitos humanos. E essa missão a
Ordem tem desempenhado, agora, nesse episódio. E com esse fato, ela nos deixou
a convicção de que a OAB retomou o seu
rumo certo, de que a OAB conseguiu resgatar bandeiras importantes e que ela
merece, efetivamente, o respeito de toda a sociedade pelo seu trabalho. Mais
ainda, a certeza de que isso foi o início de uma demonstração de compromisso
social, de compromisso com os direitos humanos, de compromisso com o progresso
do Brasil. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente quero parabenizar o ilustre
Ver. Pedro Ruas pela sua intervenção nesta tribuna e, como advogada, juntamente
com ele, me congratulo com a OAB pela intervenção junto a essas famílias de
invasores de terras que estavam, principalmente, nas Cidades de Piratini, Jóia
e Santo Antônio das Missões.
Nós temos como defensores de
um mandato, que nos foi conferido pela legenda do PSDB, defendido aqui e em
outros locais, sempre, a Reforma Agrária. Sem dúvida nenhuma, todos nós
queremos a Reforma Agrária, o povo todo quer, mas sem violência. Isso mesmo foi
defendido pelo seu "guru" maior, Dr. Leonel Brizola, que foi um dos
baluartes da Reforma Agrária e, inclusive, no início com invasões, mas hoje se
rende às não-invasões e à não-violência. Inclusive, Ver. Pedro Ruas, um
Deputado de seu Partido, Deputado Pompeu de Mattos, deu declarações no sentido
de ser 100% a favor da Reforma Agrária e 100% contra a violência.
Por isso constatamos que a
esquerda, a cada dia, vem-se dando conta de que o povo já não mais quer
violência e já entendeu que o Governo Federal está trabalhando pela Reforma
Agrária. A demonstração disso é que 180 mil famílias já estão reassentadas
neste Brasil, mais dos que os dois governos anteriores fizeram juntos. O
Governo Fernando Henrique Cardoso cumpriu
sua promessa de campanha:
reassentar e fazer a reforma agrária.
É o que ele tem feito, com
muitos programas, como: o PRONAF, dando condições às famílias de pequenos
agricultores, dando financiamento para que eles possam plantar, tendo, assim,
um meio de subsistência; o Banco da Terra, que a nova Lei, se não me engano, de nº 4019 instituiu. Lei
que foi votada em 1997, e que veio, sem
dúvida nenhuma, normatizar a posse de terras e ajudar essas pessoas que
realmente reivindicam terras, que são em número muito pequeno hoje em dia. Os
que estão ainda fazendo bloco com o MST, com a CUT e com o Partido dos
Trabalhadores são arrebanhados junto aos desempregados da área urbana.
Temos contra nós e o Banco
da Terra as instituições que já foram
referidas aqui. São contra porque vai haver uma normatização. Nós estamos
entrando com uma moção de apoio junto com o INCRA e a OAB, que estão dando força
ao cadastramento dessas pessoas que se encontram acampadas. Isso também não é
aceito pelo MST, não é aceito pela CUT e não é aceito pelo Partido dos
Trabalhadores, que buscam, por meio desses movimentos puramente eleitoreiros,
resolver o seu problema de discurso, que está totalmente esvaziado nos dias de
hoje. Muito grata.
(Não revisto
pela oradora.)
O SR CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Indago a V. Exa. se o pronunciamento do
Ver. Pedro Ruas, que trouxe manifestação oficial como dirigente da OAB, poderia ser enviado à OAB, como um
pronunciamento feito nesta Casa com relação a esse assunto tão sério. No meu
ponto de vista, o Ver. Pedro Ruas apresentou o assunto isento, independente de
visão de conteúdo, mas sobre o processo em si.
O SR. PRESIDENTE: Acredito que não exista um dispositivo que eu possa utilizar para fazer a vontade de V. Exa., mas nada
impede que o próprio Vereador o faça. Para fazer em nome da Casa eu teria que
ouvir as Lideranças para saber se há concordância. Havendo concordância, não
teríamos problema em enviar, não só a manifestação do Ver. Pedro Ruas, como
também a do Ver. Lauro Hagemann e de
outros para a OAB.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Quero registrar meu agradecimento ao Ver.
Clovis Ilgenfritz pelo Requerimento,
endossado pela Liderança do PT, na pessoa da Vera. Maria do Rosário. Fico
sensibilizado e agradecido. Mas há uma Moção de Solidariedade do Ver. Juarez
Pinheiro, que, em sendo votada, teria essa característica. Sinto-me
representado nesta questão. Com a licença do Vereador colocarei o
pronunciamento junto com a Moção, que supre a lacuna regimental numa situação
como essa.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA
1ª SESSÃO
PROC. 2315/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
144/96, de
autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Bairro Campo Novo a área onde se
localizam as atuais Vilas Campo Novo, Aberta dos Morros, Morro Agudo,
Loteamento Santa Marta, Chácara dos Japoneses, Granja Bela Vista, Loteamento da
Vila Lavoura, Loteamento Imperial, Conjunto Residencial Vitória Régia, Beco dos
Rossatos.
PROC. 0925/97 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/97, que autoriza a
dissolução da Empresa Porto-Alegrense de Turismo S/A - EPATUR e dá outras
providências.
PROC. 2962/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
173/97, de
autoria da Verª Maria do Rosário, que acrescenta inciso IV ao art. 1º da Lei nº
7084/92, que condiciona a contratação de obras, projetos, serviços e
fornecimentos ao Município de Porto Alegre à apresentação de certidão Negativa
de Tributos Municipais, expedida pela Secretaria Municipal da Fazenda,
Certificado de Regularização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço,
fornecido pela Caixa Econômica Federal, e Certidão de Regularidade de Situação
expedida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social.
PROC. 3095/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
180/97, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que obriga a Rede Pública Municipal de Ensino
a incluir em seu currículo a disciplina de Educação no Trânsito.
PROC. 3759/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
213/97, de
autoria do Ver. Hélio Corbellini, que cria o Bairro Mário Quintana,
compreendendo as atuais Vilas Chácara da Fumaça, Valneri Antunes, Safira Velha,
Safira Nova, Batista Flores, Venceslau Fontoura, Timbaúva e Passo Dorneles.
PROC. 0478/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
003/98, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que disciplina as reclamações relativas à
prestação de serviços públicos.
PROC. 0495/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
007/98, de
autoria do Ver. Hélio Corbellini, que altera o art. 3º da Lei nº 8.118, de 05
de janeiro de 1998, e dá outras providências.
PROC. 0525/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
011/98, de
autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que autoriza o Executivo Municipal a
implantar placas de sinalização indicativa de rotas alternativas em casos de
alagamentos nas vias públicas de Porto Alegre.
PROC. 3751/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/97, de autoria do Ver. Cláudio
Sebenelo, que concede o Prêmio Ecologista do Ano ao Engº. Gabriel Knijinik.
PROC. 0511/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/98, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, que concede ao instrumentista gaúcho Renato Borghetti o Prêmio
Artístico Lupicínio Rodrigues.
3ª SESSÃO
PROC. 3704/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 028/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera alínea
“s” do art. 2º da Lei Complementar nº 318, de 28 de março de 1994, que cria o
Conselho Municipal de Transportes Urbanos (COMTU).
PROC. 1214/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 055/97, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Bairro Alameda a
área onde se localizam as atuais Vilas: Campo da Tuca, Saibreira, São Miguel e
Chácara das Bananeiras e altera as Leis nºs 6572/90 e 2022/59.
PROC. 1396/97 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Gerson
Almeida, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 081/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui, no
Município de Porto Alegre, a Semana Educativa de Preservação do Meio Ambiente e
dá outras providências.
PROC. 0256/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
001/98, de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Luiz Sibemberg um logradouro
público localizado na Vila Safira.
PROC. 0466/98 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 002/98, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que concede
o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Carlos Alberto
Dayrell.
PROC. 0501/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
004/98, que
transfere ao Município de Porto Alegre uma área de terras de propriedade do
Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB localizada no Parque Residencial
Santa Luzia.
PROC. 0502/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
008/98, de
autoria do Ver. João Dib, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Senhor Eudes Antidis Missio.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
Ausente.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Apregoamos o Ofício nº 109/98 - Processo nº 779/98,
de 11/03/98, do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre. (Lê o Ofício.)
Apregoamos a Subemenda nº 01
à Emenda nº 02 ao PLL Nº 098/96, de autoria da Vera. Maria do Rosário.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vou usar o
tempo de Pauta não só para reforçar aquilo que já tinha conversado ontem com
relação a necessidade de uma certa urgência na tramitação do Projeto que propõe
a entrega do título de Cidadão Honorífico ao Sr. Carlos Dairel, posto que, ao
final do mês que vem, ele estará em Porto Alegre, ele que mora no interior de
Minas Gerais, para o início das solenidades do centenário da Faculdade de
Direito.
Gostaria também de, neste
tempo, tratar de um outro Projeto e trazer uma informação à Câmara, informação
que me surpreendeu muito ontem. Eu recebi um telefonema de um cidadão que, ao
acompanhar os trabalhos da Câmara pelo Canal 16, ouviu quando discutíamos um
Projeto de minha autoria, que trata da questão da doação de livros à Biblioteca
Pública Municipal, para a qual se
dispôs a doar três mil livros. É a
maior doação que já houve a nossa Biblioteca Pública; até então, a maior doação
havia sido de quinhentos livros, feita pelo editor da Livraria LPM, Sr. Ivan
Pinheiro Machado. Com essa informação, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, parece-me que os debates feitos nesta Casa,
especialmente no que toca aos projetos que estão em tramitação, têm uma relevância crescente, na medida em
que podem vir a motivar situações como essa em que o acervo da Biblioteca
Pública Municipal será agraciado com mais três mil novos livros. Como os livros
são oriundos de uma entidade comercial, há títulos que contam com vários
volumes. Esses volumes, por conseguinte, vão ser distribuídos às bibliotecas
das escolas municipais. Com isso os estudantes das escolas municipais
terão, a partir deste momento, acesso a alguns dos mais relevantes títulos da
literatura, não só nacional como internacional. Este ato que um cidadão
bastante conhecido na Cidade de Porto Alegre se motivou a realizar, ao assistir
a um debate na Câmara, sem nenhuma dúvida, é um ato de cidadania da mais alta
importância. Junto com o Ver. João
Dib, chegamos à conclusão de que o mais
importante não é aprovar ou não aprovar uma lei, que o mais importante é o
debate que podemos produzir em torno disso, por meio do qual, quem sabe,
consigamos fazer com que outros cidadãos se motivem, tal como o Sr. Ivo
Zaffari, que me ligou ontem, colocando à disposição esse acervo de livros. Não
tenham nenhuma dúvida de que a Biblioteca Pública Central, as bibliotecas das
escolas da Cidade de Porto Alegre e os alunos da nossa Cidade ganharão um valor
inestimável para sua formação.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Gerson
Almeida, numa das sessões passadas, eu comentava exatamente esse seu Projeto e
dizia da importância da repercussão que o Projeto teria, não a partir apenas
dos dois livros que as editoras dariam à biblioteca, mas do movimento cultural
que isso ensejaria. Agora V. Exa. mostra isso com toda a clareza.
Gostaria de dizer também que
no ano 2000, teremos em Porto Alegre, o grande seminário dos
biblioteconomistas, que fizeram ontem o seu lançamento. Por ocasião daquele
evento, nós gostaríamos de ver Porto Alegre tendo, talvez, uma das melhores
bibliotecas públicas do País, porque, de agora até lá, já poderíamos fazer todo
um movimento para que houvesse doações.
Talvez a partir do seu Projeto se faça uma ampla campanha na Cidade, com o
exemplo desse cidadão que se propôs a doar três mil livros para a Biblioteca.
O SR. GERSON ALMEIDA: Obrigado, Ver. Adeli Sell. Quero lembrar que,
casualmente, visitei um lugar em que a civilização Maia teve seu esplendor,
civilização que nos legou o calendário mais perfeito, que hoje, depois de toda
a parafernália eletrônica, todo o desenvolvimento tecnológico, apresenta um
desvio de 0,002. Essa civilização, que poderia ter-nos legado muito mais
conhecimento, teve queimado pelos espanhóis mais de 1.200 títulos em um dia.
Isso aconteceu diariamente durante seis meses. Portanto é importante a
preservação dos livros, das bibliotecas, da sua ampliação, é algo fundamental
para o conhecimento e a sua
transmissão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, ilustres visitantes. Existem
vários Projetos sobre os quais me interessaria
fazer algum comentário, mas eu me detenho, em princípio, no Projeto do
Ver. Reginaldo Pujol, e lamento a sua ausência neste momento no Plenário.
Parece-me que esse Projeto está
trazendo para a Casa uma contribuição no sentido de que nós, de uma forma mais
efetiva, tenhamos um comprometimento com a discussão que se torna necessária e
urgente sobre a questão do turismo. Eu ainda não tenho uma opinião formada
sobre o conteúdo final do Projeto do Ver. Reginaldo Pujol, mas ele enseja
trazer um Substitutivo ao Projeto de Lei do Executivo nº 007/97, uma discussão
que funcionará como norteadora para o processo de discussão e votação do
Projeto de Lei do Executivo ou do Substitutivo. A CEFOR, Presidida e
vice-presidida pelos Vereadores Adeli Sell e João Carlos Nedel, na qual este
Vereador e os Vereadores João Dib e Pedro Ruas participam, já discutiu e está
propondo um seminário no dia dois de abril. Acho que isso é importante para
todos os setores na área de turismo, hotelaria, comerciantes, donos de bares e
restaurantes, setor cultural da nossa Cidade, para que fiquem atentos à
convocação que será feita por esta Casa, através da CEFOR - Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento - ao turismo no MERCOSUL e as potencialidades de
Porto Alegre. Será feita uma discussão e esse Projeto, seguramente, está na
ordem dela, porque já está na Pauta no dia dois de abril. Nós temos o maior
interesse em incentivar para que, realmente, exista um organismo de turismo em
Porto Alegre, não só habilitado, mas capacitado com infra-estrutura para poder
gerir processos de desenvolvimento nessa área, que é fundamental para a
economia do nosso Município e, também, porque é uma questão social importante,
até porque gera empregos e outras questões complementares e suplementares.
Também achamos que o Projeto
de Lei do Legislativo, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que disciplina
reclamações relativas à prestação de serviços públicos, é um Projeto que deve
ter a atenção de todos nós, no sentido de que esse assunto sempre foi
controverso, de difícil solução. Cada vez que um governo assume tem uma forma,
um método de atendimento e, quem sabe, se houver um processo de disciplinamento
básico isso poderá atender às questões que estão ainda sem uma solução mais
adequada.
Outro aspecto que me parece
importante é que existe um Substitutivo do Ver. Gerson Almeida a um Projeto de
Lei do Legislativo do Ver. Reginaldo Pujol, que institui no Município de Porto
Alegre a Semana Educativa de Preservação do Meio Ambiente, e dá outras
providências. Acho que é importante, no momento em que o mundo inteiro luta
pela questão da preservação ambiental, esse processo. A Câmara sempre esteve presente
nesta questão que volta à discussão
neste Plenário, através desse Projeto.
São essas as observações que
gostaria de fazer, inicialmente, porque acho que as iniciativas dos Vereadores
e do próprio Executivo devem ser valorizadas. Na hora da votação nós vamo-nos
definir quanto aos seus conteúdos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está inscrito para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje em período de
Pauta nós vamos abordar o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol, que autoriza a
dissolução da Empresa Porto-alegrense de Turismo, a EPATUR, e dá outras
providências. O Ver. está propondo Substitutivo, juntando as contribuições dos
Vereadores Nereu D'Ávila, Antonio Hohlfeldt, João Dib, Pedro Américo Leal e
João Carlos Nedel.
Estou lembrado de que no
final do ano passado, o Ver. João Carlos Nedel insistia com essa tese,
inclusive colocou à apreciação propondo o artigo 81 para a questão da EPATUR. A
questão EPATUR, nós temos um entendimento claro e parece que a grande maioria
desta Casa também tem esse entendimento. A EPATUR, como está hoje, não serve
mais para Porto Alegre. Urge uma necessidade da nossa Cidade para um novo modelo de gerenciamento do
turismo, muitas são as proposições. E aqui mais uma vez entra a questão de
Secretaria ou não Secretaria. Aqui está se propondo uma secretaria enxuta.
A grande realidade, o que
não se concebe em nossa Cidade, é não
termos referenciais quanto ao turismo. Hoje se alguém quiser uma informação tem
que ir dentro da Prefeitura. Não existe. É uma realidade, infelizmente. E Porto
Alegre é a quinta maior entrada de estrangeiro no País. Entra mais turista em
Porto Alegre do que em Salvador da Bahia,
porque nós temos essa proximidade via MERCOSUL, com o Uruguai e a Argentina.
Muitos dizem que os turistas porto-alegrenses não são turistas, eles ficam em média dois dias em Porto Alegre.
Mas quantas e quantas vezes se viaja por esse mundo, fazendo “tours” por 30
dias e a pessoa volta e diz que conheceu grande parte do mundo. Em 30 dias ela visitou, às vezes, 14 ou 15 países, e
também não ficou mais que 48h em nenhuma cidade, portanto, esse tipo de turismo
interessa. Como isso traz dividendo? É um volume muito alto que se presta dia a
dia. Agora, não estamos conseguindo ainda canalizar todas as energias no
potencial turístico que Porto Alegre tem. Esse Projeto, e não quero entrar no
mérito, tem a grande vantagem de possibilitar, mais uma vez, no início deste
ano novamente, essa discussão que entendemos deva terminar o quanto antes, ou seja, saber que tipo de turismo nós
queremos em Porto Alegre e como contemplá-lo, porque a grande realidade é que
turistas em Porto Alegre nós sabemos que existem, quando as estruturas são bem
organizadas, podemos levar esse potencial ... Alguém tem dúvida de que a
promoção "Liquida Porto Alegre" foi um sucesso este ano? Nós não
temos dúvidas. Então porque não revitalizar o nosso turismo? Insisto que 48h é
um bom período. Não temos a pretensão de ser um litoral, uma cidade da serra
para ficar grandes temporadas. Um turista eventual, mas quantas vezes as
pessoas saem por este mundo em excursões de 20 a 25 dias, percorrendo vários
países, sem ficar em nenhuma
cidade mais de 48h?
Portanto, temos que resgatar
esse turismo, incentivar os turistas, colocar um manancial disponível, porque as pessoas chegam aqui e
não existem referências em nossa Cidade para saber quais os locais que têm para
visitar, ou qual a rede hoteleira disponível. Entendemos que a grande vantagem
desse Projeto é a de proporcionar novamente essa discussão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero fazer
rápidos comentários sobre dois Projetos que estão em discussão preliminar de
Pauta.
O primeiro deles é de
autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que propõe o Prêmio Ecologista do Ano ao
Eng.º Gabriel Knijinik, já falecido.
Este colega engenheiro, que
eu não cheguei a conhecer pessoalmente, no final da sua vida, em Testamento,
doou ao Município de Porto Alegre - e se não houvesse outros dados importantes
na sua vida, só este já faria com que merecesse o prêmio - uma área, de sua
propriedade, na Vila Nova.
Eu tive a satisfação, Ver.
Cláudio Sebenelo, de estar no evento, quando o Prefeito Raul Pont recebeu
formalmente, por parte da família do Eng.º Gabriel Knijinik, aquela área.
Portanto, a conheci e fiz questão de ir junto com as pessoas, que lá estavam
presentes, caminhar pela área, inclusive, na mata, na área preservada, nativa,
de uma densidade muito forte.
Quero dizer a V. Exa. que,
com certeza, o prêmio é muito merecido, embora de forma posterior a sua morte,
mas a família irá receber, com muita satisfação. Lá estava presente o Prof.
Flávio Lewgoy, um dos ex-presidentes da AGAPAN, que relatou vários fatos,
várias iniciativas, vários atos do Eng.º. Gabriel Knijinik, de forma
não-publicada por ele, que era uma exigência, inclusive, que ele fazia à AGAPAN ao ceder linha telefônica para a Entidade,
que começou muito pobre e continua com dificuldades. A exigência dele, ao dar
este apoio, é que não houvesse nenhuma publicidade. Só agora, de fato, é que
estes atos do Eng.º. Gabriel Knijinik vêm a público. É importante o Projeto de
V. Exa. e com certeza acho que será unanimidade na Casa.
Outro Projeto, ao qual quero
me referir pela importância, é de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que pretende
através do Projeto disciplinar as reclamações relativas à prestação de serviços
públicos. É um Projeto importante e vem na seqüência, inclusive, da Lei Estadual, de autoria do Dep. Bernardo
de Souza, do PSB, que é uma preocupação com a qualidade do serviço público que
se presta ao cidadão e que nem sempre tem qualidade. Mas quero dizer que,
embora não sendo advogado, parece-me que algumas expressões careceriam de
clareza na definição. Por exemplo: no parágrafo 1º, art. 1º se diz: "As
tarifas atenderão ao princípio da modicidade e serão fixadas com motivação."
Que motivações serão essas?
Parece-me que precisa um pouco mais de clareza, de detalhamento.
Depois, no inciso 2º, do
art. 3º, diz: "Em caso de procedência da reclamação, fixar prazo
razoável..."
O que é um "prazo
razoável"? Acho que deve haver uma definição melhor, porque vai ficar
muito subjetiva essa expressão.
Por último, parece-me, Ver.
Nereu D'Ávila, que isso talvez exista
na Lei Estadual. Gostaria de ouvir V. Exa., porque o Projeto não estabelece
nenhuma multa, nenhuma punição em face do descumprimento dessa legislação.
Portanto, o Poder Executivo Municipal vai ficar com uma Lei, mas sem um
instrumento de cobrança e de imposição da sua execução. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em 1830 - vou repetir esta história - há cento e sessenta e oito
anos, o governador da Província de São
Pedro do Rio Grande, o nosso querido Rio Grande do Sul, dizia: “chega de leis,
lei deve ser clara, precisa, concisa, respeitada e deve ser fruto da razão,
experiência e da luz”. Precisamos sim é
que se cumpram as leis.
Por isso reclamei hoje de
que o Prefeito estava tentando cercear o meu dever de fiscalizar o cumprimento
da legislação municipal. Hoje, nada mais, nada menos do que dez novos Projetos
de Lei estão sendo apresentados para discussão neste Plenário. Dois deles
criam novos bairros na Cidade. Os
Pareceres da Procuradoria da Casa dizem que eles são incompletos. Mas não me
preocupo com o Parecer da Procuradoria. Pergunto: que benefício traria para a
comunidade porto-alegrense a criação de novos bairros? Entendo que até prejuízo
trará, porque a história se faz na sucessão de dias em que os fatos ocorrem.
Não sei que benefício trará. Então fico imaginando coisas que não são
realizadas.
Há um Projeto que acrescenta
incisos em uma Lei que já existe no Município para certidões negativas de
tributos municipais. A Procuradoria diz que algo sobre isso deve ser feito por
iniciativa da União, e não por iniciativa do Município. Aliás, a Lei das
Licitações nº 8666, que o Prefeito não respeita, ainda agride o Vereador,
afronta o Vereador com a Lei 8666, também define esses casos aqui. Então não
precisamos de mais esta Lei. Educação para o trânsito, acho que é uma coisa
importante, mas não é necessário uma Lei. Há o Substitutivo do Ver. Reginaldo
Pujol que cria a Secretaria Municipal de Turismo. Sei que não cabe a iniciativa
ao Legislativo de fazer este tipo de Projeto, mas desde que o Prefeito mandou
um Projeto extinguindo a EPATUR, parece-me que não há nenhum problema, pode ser
emendado, pode ser feito substitutivo e tem plena legalidade o Substitutivo do
Ver. Reginaldo Pujol. Parece-me que a Prefeitura não entendeu, ainda, que a
gente não gasta dinheiro no turismo. No turismo se faz investimento que volta,
muitas vezes, multiplicado, mas a Prefeitura de Porto Alegre parece não gostar
de fazer investimento no turismo, não sei porquê. Eu já aprovei em um
orçamento, no tempo do Prefeito Tarso Genro, a abertura de um crédito para
investimento no turismo. Foi aprovado por unanimidade, foi sancionado pelo
Prefeito, só não investiram nenhum centavo dos 10 milhões de cruzeiros, à
época, que estavam destinados ao turismo. Então acho que este momento é
oportuno para uma discussão profunda desta Casa para o Substitutivo do Ver.
Reginaldo Pujol. Dos dez Projetos de Lei, parece-me que o grande Projeto é
esse. Claro que o Projeto do Ver. Cláudio Sebenelo, que dá o Título de
Ecologista do Ano ao Engº Gabriel Knijinik, é muito merecido. Realmente, este
homem, durante a vida e depois da vida, continuou fazendo benefícios a esta
Cidade, dando um parque inteiro para a Cidade de Porto Alegre. É oportuno, é
justo. Assim, alguma denominação de rua também é necessária, é essencial, mas
penso que poderíamos reduzir a fúria legiferante que assola este Plenário.
Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra em Comunicação de Líder
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A partir de hoje,
registros de nascimento e de óbito passam a ser gratuitos. Assistindo à
televisão fomos surpreendidos, mais uma vez, com a posição dos donos de
cartórios, que estão ingressando na Justiça argüindo a inconstitucionalidade
dessa proposição.
Imaginem, Srs. Vereadores
que neste País cinco milhões de pessoas não estão registradas e, certamente,
não estão registradas por questões econômicas. Hoje nos deparamos - e eu vou
usar o termo - com os "caras-de-pau", os donos de cartórios, dizendo
que assim não dá, tem que fechar. Pois vamos desafiar os donos de cartórios a
fecharem sim!
Ora, no momento em que as
pessoas não têm como fazer os seus registros, vão fechar? Que fechem! Agora, é
inadmissível isso. É um projeto social - e aqui o estamos elogiando -, que permite identidade, ou
seja, a partir de hoje eu sou o Fulano. São pessoas que não estão catalogadas,
não existem dentro dos nossos registros. Se quiser mais uma via, vai ser paga,
quer dizer, não estamos pedindo nada de mais, ou seja, é um papelzinho que ele
deverá guardar muito bem pelo resto da vida, mas, pelo menos, ele existe.
Voltamos a enfatizar: cinco
milhões de brasileiros, hoje, não são registrados e essas pessoas, donos de
cartórios, dizem que isso será inviável, que vão fechar. Até parece que os
nossos cartórios só fazem registro de nascimento e de óbito. Eu até gostaria de
saber qual o percentual dentro do movimento diário? Deve ser zero, vírgula e
alguma coisa, até porque a taxa de natalidade no nosso País não é tão grande
assim. O que pode ocorrer, sim - e tomara que ocorra -, que nesses primeiros
dias aumente o número de registros, porque só vai confirmar esses parâmetros:
cinco milhões de brasileiros não são registrados.
Então, mais uma vez, está
aqui uma proposição para as autoridades repensarem essa questão dos cartórios
em nosso País. Eu realmente fiquei muito preocupado quando foi dito que
"desta maneira teremos que fechar". E aí, eu volto a enfatizar: fechem, porque é um direito de qualquer
cidadão ter a sua identificação, ter seu nome, saber onde nasceu.
Outro assunto que vamos
abordar e que temos insistido em todas as oportunidades, é relativo à área azul
na Rodoviária. As pessoas continuam sendo multadas diariamente; não existe um
local na Rodoviária. Vamos contar um fato hilariante que aconteceu com a
reportagem da TV-Câmara, que fez uma entrevista conosco narrando o fato da área
azul, se dirigiu à rodoviária e acabou sendo multada. A reportagem da TV-Câmara
foi multada porque estava estacionada em local não permitido.
Por isto, voltamos também a
enfatizar ao Executivo, ao Secretário Municipal dos Transportes, que
providencie o quanto antes essa área azul na Rodoviária. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Líder,
tem a palavra o Ver. Fernando Záchia.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Há quinze dias,
desta tribuna, eu fazia uma solicitação à Bancada do Partido dos Trabalhadores,
à sua Liderança, para que trouxesse à Casa informações a respeito de uma
licitação feita em 1997 pela Secretaria Municipal dos Transportes, a respeito
da publicidade em abrigos de ônibus.
Demonstrávamos, com
documento de uma resposta a um Pedido de Informações solicitado por este
Vereador no ano de 1997, que o Sr. Prefeito, no dia 13 de janeiro de 1998,
dizia que até aquele momento não havia sido assinado o contrato entre a
Secretaria Municipal dos Transportes e a empresa vencedora da licitação, por
sinal a única empresa que participou do processo licitatório. Estranhávamos - e essa era a nossa colocação
- que uma empresa, ao longo de todo ano de 1997, desde 10 de fevereiro de 1997,
quando foi divulgado o resultado da licitação, se tivesse utilizado dessa
atividade comercial, vendesse as publicidades para serem colocadas nestes
abrigos - e, evidentemente, tinha um retorno financeiro - e não cumprisse com
as obrigações contidas no edital de licitação, que eram as de instalar os
duzentos novos equipamentos durante o ano de 1997 - duzentos equipamentos em
1997, e mais duzentos em 1998 -; fazer
a manutenção nos quinhentos e trinta e oito equipamentos existentes; e, também,
as melhorias nos equipamentos, como a canalização pluvial que deveria ser
colocada.
Estranhávamos, por que uma
empresa utilizava-se de um equipamento público para ter vantagem financeira sem
ter um contrato assinado pela Prefeitura? Fizemos essa solicitação porque se
dizia, extra-oficialmente, que o contrato teria sido assinado no final de
dezembro do ano de 1997, mas temos que considerar somente os documentos
oficiais recebidos, e a resposta ao Pedido de Informações é do dia 13 de
janeiro. Fizemos essa solicitação à Vera. Maria do Rosário e obtivemos, nesse
meio tempo, as informações. Procuramos algumas empresas e fomos procurados por
essa empresa vencedora, que disse que assinou o contrato - não sabe precisar a
data, mas assinou o contrato - e que só começou a comercializar a publicidade
nesses equipamentos já existentes a partir do final de abril. O que nós
estranhamos é que nós temos documentos e informações de empresas que
comercializaram nos meses de fevereiro e março. Ora, quem é que comercializou
com essas empresas? A empresa que até
então explorava por dez anos, não mais explorava em dezembro de 96, quando
terminou a sua participação. Então, de fevereiro, quando foi definida a empresa
vencedora, até abril, há o
reconhecimento da empresa Scarta que ela começou, de fato, a negociar e vender
a publicidade sem ter contrato assinado, sem cumprir com as obrigações do
edital. O que nós estranhamos, e não quero ter a irresponsabilidade de dizer
que é uma suspeita, mas este Vereador teve todo o cuidado e a paciência
necessários, porque encaminhamos à Vera. Maria do Rosário, Líder do PT, para
que tivéssemos as informações oficiais e não esperássemos somente a resposta do
novo Pedido de Informações que este
Vereador fez no início de março, pois precisaríamos de quarenta dias e talvez
tivéssemos a resposta mais rápido, o que nós estranhamos é não saber quem recebeu
esse dinheiro no período de fevereiro a abril. Não vou nem questionar a segunda
parte, que para mim é extremamente ilegal. Uma empresa recebeu dinheiro em cima
de equipamentos públicos sem ter contrato assinado com o Município. Eu preciso
ter uma informação oficial para que eu não cometa injustiças. E, segundo,
continuo estranhando que a Secretaria dos Transportes não teve a capacidade ou
teve dificuldades de fazer o contrato com a única empresa que participou do
edital. Ora, se não foi assinado esse contrato ao longo do ano de 1997, algum problema
havia com essa empresa, porque, senão, certamente a Secretaria, até para se
resguardar, assinaria e faria esse contrato logo. Essa empresa foi a única que
participou da licitação, no entanto 16 empresas retiraram o edital. Alguma
coisa deve ter de estranho nisso. Solicito mais uma vez à nobre Vera. Maria do
Rosário que, por favor, nos traga, oficialmente, informações para que possamos
esclarecer essas dúvidas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está
com a palavra em Tempo Especial.
O VER. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ocupo este tempo
Especial para um relato breve e sucinto sobre a visita que fizemos à FEBEM,
mais especificamente ao Instituto Central de Menores, juntamente com as
Vereadoras Clênia Maranhão e Tereza Franco. Por que sucinto? Porque percebemos
que todas as informações que constaram nas duas ou três reportagens do jornal
foram, efetivamente, o ocorrido. Lerei, Sr. Presidente, o documento que
entregarei a V. Exa., com os encaminhamentos que estamos propondo:
"Primeiro, a visita ao ICM-FEBEM causou uma péssima impressão
pela superlotação, a má-conservação dos prédios, as escassas medidas
preventivas, enfim, mostrou-nos o quanto é deficiente o cuidado para com os
menores em nosso Estado. Isso não é uma constatação de fora para dentro, é o
que está nos jornais, é o reconhecido
inclusive pelo Major, pela psicóloga que
nos receberam. Uma estrutura que foi edificada num tempo, numa cultura,
num conceito e que hoje não serve mais.
Segundo, a morte dos três
adolescentes na madrugada do último dia nove, e a posterior rebelião dos
menores da ala um do ICM , na tarde do mesmo dia, ilustrou-nos o universo
desanimador que cerca esses jovens. Celas para doze menores, mas com quinze ou
mais; ala para trinta, mas ocupada por quarenta. O Instituto Central de
Menores, com capacidade para oitenta internos, mas com cento e sessenta. A
carência de médicos, assistentes sociais, psicólogos, treinamentos, treinamento
técnico para adolescentes, etc. E há de se dizer que 50% dos adolescentes que
lá se encontram são de Porto Alegre e 50% são do interior do Estado, sendo que
70% deles estão lá por drogadição (sic),ou seus delitos foram motivados por
essa razão.
Terceiro, o exemplo concreto
foi o tratamento dado aos adolescentes mortos. Quatro menores, sendo dois
doentes mentais, que viviam em precárias condições na cela de cinco metros
quadrados para, no máximo, duas pessoas. Não foi sem motivo a disputa por um
colchão, levando a posterior briga entre os jovens. A triagem desses menores da
Ala 1, onde ocorreu o incidente, que separa os menores com infração pesada dos
demais, demora muito, causando vários incidentes durante e depois do processo.
Nesses momentos difíceis,
apontar culpados pode ser o melhor caminho, porém estamos convictos da
necessidade de um envolvimento de toda sociedade para resolvermos esses
problemas, como o Poder Público, as organizações não-governamentais, os
empresários, etc., e isso acima das disputas ideológicas e partidárias.
Nós, Vereadores da Cidade de
Porto Alegre - e isto aconteceu em nossa Casa - temos que realmente nos sentir,
hoje, de luto, e estamos de luto. Porque, na verdade, afora qualquer julgamento
de mérito, a sociedade é a grande responsável pela morte, que jamais será
reparada, desses três adolescentes.
A Comissão, Sr. Presidente,
já no ano passado, tinha uma agenda pautada para o trato desta questão.
Queremos comunicar, então, a esta Casa, que a Comissão retomará aquela agenda,
onde há compromissos de todas as ordens, tanto do Município como do Estado e,
principalmente, do órgão FEBEM, voltados ao aparelhamento técnico-pedagógico
desta questão.
Mas sempre que fazemos essas
reflexões em relação aos direitos dos menores, além das críticas da falência de
todos os aparelhos do Estado no trato dessas questões - porque aquilo é o
símbolo da falência - temos que apontar caminhos, apontar soluções. Talvez um
deles seja a agenda que já estava sendo montada pela Comissão no ano passado.
Mas nós queremos propor a esta Casa algo mais audacioso: uma medida concreta.
Qual seria ela? Nós costumamos dizer que a questão da segurança e do respeito
aos direitos individuais é, e deve ser, compartilhada por toda a sociedade com
atos efetivos. Esta Casa, pelo que representa na Cidade de Porto Alegre - um
símbolo político, democrático, independente - teria uma oportunidade de
sinalização à sociedade, porque estamos encaminhando à Comissão de Direitos
Humanos para que elabore melhor, para depois encaminhá-la à Presidência da Casa,
uma proposta para que se faça um convênio entre o Juizado da Infância e da
Adolescência e a Câmara Municipal, para que os adolescentes condenados por
prática de atos infracionais cumpram a sua pena prestando serviços comunitários
internamente na Câmara Municipal. Esse ato será um passo significativo para
demonstrar à sociedade que o Poder Legislativo Municipal cumpre a sua parte,
construindo parcerias com outros poderes e órgãos, para solucionar o problema
da infância e da adolescência do nosso País.
Isso é muito pouco, Sr.
Presidente, mas se servir para que atrás disso
venham outras organizações,
venham outras entidades, venha a iniciativa privada, nós, certamente, teremos a
oportunidade de reintroduzir esses garotos na sociedade. Porque aqueles 160 que
lá estão, certamente têm uma expectativa de vida que não ultrapassa 25 anos.
Aqueles 160 que lá estão, certamente já sabem que o seu destino é viver até os
25 anos, porque é história, é estatística. E há a possibilidade de fazermos
isso, é uma medida efetiva de um programa que o Juizado tem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A medida que é proposta pelo
Ver. Hélio Corbellini à Casa já é colocada em prática na Assembléia Legislativa
do Estado. Colocaremos como proposta a fim de que a Mesa possa discutir este
assunto e, se os integrantes da Mesa acharem por bem, poderemos tomar esta
atitude na Câmara, mas dependerá da discussão que será feita.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no ano
passado foi feita uma proposta neste sentido. Existe um processo em andamento
na Casa no sentido, exatamente, de fazer o mesmo que a Assembléia Legislativa
estava fazendo, assim como outras entidades. Este Processo deve estar, quem
sabe, no Protocolo. Temos condições de localizá-lo, para ajudar V.Exa., como
membro da Mesa, porque ele já era neste sentido, na perspectiva de uma
legislação permitindo que órgãos como a Câmara Municipal contratassem pessoas
como estagiários, delinqüentes que tivessem cumprido pena.
O SR. PRESIDENTE: Agradeço a V. Exa., mas esse
tema, como foi trazido pelo Ver. Hélio Corbellini e como temos nova Mesa
Diretora na Casa, vamos trazer para que
a Mesa possa discutir e fazer os encaminhamentos necessários.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sei que o
Prefeito Municipal não está cumprindo o art. 119 da Lei Orgânica, quando se
trata de publicar no Diário Oficial, até 28 dias depois de vencido o mês, o
balancete da Administração Direta e Indireta. Isto já sei, porque acompanho o
“Diário Oficial” e ele está em falta mais uma vez: nem dezembro, nem janeiro.
No mesmo art. 119, parágrafo 1º, consta: "O Poder Executivo deverá
encaminhar à Câmara Municipal, bimestralmente, demonstração do fluxo de caixa
dos órgãos da Administração Direta e Indireta". Pergunto a V. Exa. se a
Câmara recebeu esses documentos.
O SR. PRESIDENTE: Recebi o Requerimento de V. Exa. e até o presente instante os
documentos ainda não chegaram às mãos desta Presidência.
A Vera. Maria do Rosário
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos aqui,
pela Bancada do PT, destacar a nota da Ordem dos Advogados do Brasil, da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Associação Rio-Grandense de
Imprensa, nota conjunta pela paz social. Não há dúvida de que o tom da nota da
OAB, da ARI e da CNBB, quando nos apresenta uma realidade na qual se tenta
mascarar o conjunto de relações que se estabelece neste Estado, um Governo para
poucos, para muito poucos, que transforma todas as questões sociais em questões
de polícia e em questões de repressão, nos alerta para os dias que vivemos
hoje.
Não há dúvida de que existe
uma linha que une neste momento a violência que vivemos no campo contra as
famílias de trabalhadores rurais sem terra e os fatos que pudemos observar, e
que sentimos com muita dor, dentro da chamada Fundação Estadual para o
Bem-Estar do Menor - se é possível, ainda, que se possa falar em bem-estar e em
menor em tempos de Estatuto da Criança e do Adolescente, e em tempos de
violência tão grande, que nos colocam ao lado do Carandiru, ao lado de
verdadeiras chacinas.
A Bancada do PT tem assumido
uma posição firme nesta Casa e foi com essa disposição que na última
segunda-feira - e somente com essa - nós, através dos Vereadores Antônio
Losada, Renato Guimarães e José Valdir, estivemos na FEBEM. São os mandatos dos
Vereadores, a representação que têm da Cidade e a preocupação permanente de que
a luta pelos direitos humanos não se faz senão no momento em que somos chamados
a fazê-la. Na segunda-feira, quando estávamos aqui, neste Plenário, debatendo a participação da Câmara Municipal
naquele local nós tínhamos, segundo dados do jornal da “Zero Hora”, deslocados
dois pelotões, três ambulâncias e até um avião. Uma verdadeira operação de
guerra tomou conta do ICM. Mas essa operação não começou na madrugada em que
três adolescentes morreram por conta do descaso e da violência produzida
naquela Instituição. Ela começa muito antes, quando dentro dessa instituição se
coloca a Brigada Militar; assim como nos presídios nós observamos, como forma
de sufocar para fora dessas instituições os pedidos de ajuda, que são os
momentos de motins, que são momentos de ruptura da ordem dentro dessas
instituições.
Queremos dizer a V. Exas.
que, para jovens que têm graves
contradições com a Brigada Militar, não basta ter a Brigada Militar ali dentro,
porque acirram-se as disposições contrárias. É preciso um projeto concreto,
pedagógico, político no sentido do atendimento específico de crianças e jovens;
de esporte, Ver. Carlos Garcia; de promoção para o trabalho, Ver. João Nedel;
de atendimento psiquiátrico, porque temos ali jovens que o estatuto diz que
deveriam estar colocados e atendidos de forma diferenciada, com graves
comprometimentos mentais, ao lado de jovens que praticaram delitos dentro da
sociedade e que precisam refletir sobre esse momento, o que nós não estamos
possibilitando.
Agora, eu gostaria de
contrapor o argumento de que a sociedade como um todo é responsável. Talvez
pela nossa omissão sejamos responsáveis, mas principalmente é preciso aqui
dizer que a ausência de prioridade para o serviço público e a destruição do
serviço público que é praticado pelo Governo de Antônio Britto é a responsável
pela situação em que se encontra a Fundação para o Bem-Estar do Menor. Ali está
a responsabilidade, no descaso com os monitores, com os funcionários, nas
contratações emergenciais que não permitem que se estabeleçam vínculos afetivos
entre os adolescentes e aqueles que trabalham lá; no PDV que tirou mais de cem
funcionários da FEBEM. Na irresponsabilidade de um governo que diz que é um
governo de todos, mas que na verdade é um governo para poucos e que agora não
quer permitir a presença dos parlamentares, não quer permitir a presença da
imprensa, porque quer que essas instituições fiquem fechadas. Portanto, Srs.
Vereadores, nós não assumimos, porque não temos a responsabilidade sobre isso.
Em agosto do ano passado nós já fazíamos, em conjunto com a Comissão de
Direitos Humanos da Assembléia, a denúncia da superlotação. E se mortes existem
é porque o Governo e a Direção dessa Fundação foram absolutamente omissos às
condições de vida dessa juventude. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Eu vou usar o Tempo de
Presidência e pediria ao Ver. Clovis Ilgenfritz para que assumisse a
Presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicação de Presidência.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu peço que V.Exas. prestem atenção no comunicado que vou fazer. Eu
não vim ocupar o tempo de Presidência para fazer este comunicado porque, afinal
de contas, esta matéria consta do Expediente da Casa e qualquer Vereador
poderia consultar. Mas eu vou fazê-lo exatamente em função de um
comentário em cima desta Nota de
Expediente. Eu recebi a Notificação de nº 112, de Brasília, do Ministério da
Saúde - Secretaria Executiva, endereçada ao Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, que diz o seguinte: “Em cumprimento ao artigo 1º da Lei nº 9452
publicada no Diário Oficial da União nº 55, de 21 de março de 1997, comunico a
liberação de recursos financeiros da ordem de R$ 17.003.705,53, em favor desse
município, creditado em 03 de fevereiro de 1998, referente à Semiplena: R$
17.003.705,53 - competência: Jan/98. Atenciosamente, Barjas Negri - Secretário
Executivo”. É a verba que o SUS repassa
aos municípios. É claro que eu não vou fazer um comentário a respeito desse
problema, só que eu pertenci à Comissão de Finanças e Orçamento durante muito
tempo aqui, na Câmara. Os Vereadores desta Casa têm uma dificuldade muito
grande para fiscalizar o Executivo. Eu estou falando como Presidente da Casa,
porque uma das grandes missões que temos é a de fiscalização; e nós temos
dificuldades grandiosas para fiscalizar o Executivo. Eu duvido que haja um
Vereador nesta Casa, mesmos os Vereadores da Bancada do Executivo, que tenha
todos os dados para nos fornecer com relação à execução do Orçamento. Não há.
Não existe, porque temos dificuldades para conseguir esses dados. O Ver. João
Dib, agora mesmo, colocava que aquilo que é legal, o que precisa ser informado
à Casa, deixa de sê-lo. E nós não fazemos nada. De repente há um Parecer da
Comissão de Justiça que é enviado ao Sr. Prefeito Municipal, e ele começa a
cumprir novamente os prazos; mas são
coisas assim.
Uso o tempo de Presidência
para dizer que fizemos uma reunião, onde estavam alguns Vereadores, a Líder do
PT, Vera. Maria do Rosário com o Vice-Prefeito, o nosso amigo Fortunati e com o
Diretor-Presidente da PROCEMPA, o Sr. Rogério Santana. Essa reunião foi no
sentido de que nós, que temos esta Casa informatizada, pudéssemos ter os dados
através do sistema de informática que se cruzariam com a área contábil da
Fazenda e com a área da Secretaria da Administração. Assim, poderíamos ter
todos os dados que precisamos para que a fiscalização seja feita da melhor
maneira possível.
Nós sabemos que o Sr.
Rogério Santana é uma pessoa da confiança do Sr. Prefeito Municipal. Ele está
lá na presidência daquele órgão porque foi escolhido para chefiá-lo pelo Sr.
Prefeito. Muito embora para este Presidente o Prefeito tenha dito que não
encontrava nenhum óbice para que isso fosse feito e, muito embora, este
Presidente, consultando a área técnica da Casa, também foi sabedor de que não
existe nenhum mistério para a aquisição desses dados diretamente na rede de
informática. Por incrível que possa parecer e por um grande mistério, -
gostaria que a própria Bancada do PT pudesse nos ajudar para chegarmos a uma boa
solução - nós não conseguimos nenhuma resposta da PROCEMPA. Muito embora
tenhamos instado o Diretor-Presidente várias vezes e tenhamos, inclusive,
através dos nossos diretores, pedido que fosse feita toda a comunicação
possível para os diretores da PROCEMPA, a fim de que fornecessem os dados...
A Sra. Maria do Rosário: V.
Exa. permite um aparte?
O SR. LUIZ BRAZ: Eu gostaria muito, mas o nosso Regimento não permite; inclusive, peço
que V. Exa. faça em Questão de Ordem no momento que quiser.
O SR. PRESIDENTE: Vera. Maria do Rosário, informo a V. Exa. que não há condições de
aparte em tempo de Presidência, a não ser que haja alguma questão que V. Exa.
queira colocar.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: No momento certo, iremos responder as questões ao
Presidente e à Casa.
O SR. LUIZ BRAZ: Peço, Vereadora Líder da Bancada Petista, que, após utilizar este tempo
de Presidência que estamos encerrando, V. Exa. utilize a Questão de Ordem,
porque o que estamos fazendo aqui é uma colocação dos direitos dos Vereadores,
que é o de saber os dados relativos à execução do Orçamento e aos problemas de
pessoal. O que V. Exa. pode fornecer, já que tem as respostas que uma Questão
de Ordem comporta, esclarecendo esta Casa.
O que queremos, o que esta
Casa precisa e, principalmente, os membros da Comissão de Justiça precisam são
exatamente esses dados, que não sei por que continuam de uma forma misteriosa,
que eu realmente não saberia informar a este Plenário, sendo sonegados pelo Sr.
Rogério Santana, que é o Diretor-Presidente da PROCEMPA. Quem sabe a nossa
Vereadora Líder da Bancada Petista já tenha as informações, e possa trazer o
alívio para este Plenário, de que esta Casa não está sendo desrespeitada pelo
Diretor de uma autarquia, que estaria descumprindo ordens do Sr. Prefeito
Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, a Mesa, nesta Presidência interina, permite-se dizer
que não há como usar esse tempo como Questão de Ordem, V. Exa. poderá definir
um tempo especial para um Vereador responder às questões de V. Exa. Consultei a
Diretoria Legislativa e a Questão de Ordem não é para explicações ou relatório,
por isso, então, discordo de V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Se a Vera. Maria do Rosário quiser utilizar a
Questão de Ordem para dar as informações necessárias à Casa, peço que, por
favor, a utilize, porque esta Casa precisa é ser informada.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Tenho o maior interesse em que a Vereadora dê os esclarecimentos
em Questão de Ordem. Só quero lembrar que isso vai estabelecer uma
jurisprudência, porque, hoje mesmo, quando citei a palavra “esclarecer”, V. Exa
preventivamente cortou o microfone.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Raramente peço uma Questão
de Ordem. Agora, peço: que as Questões de Ordem sejam feitas dentro do
Regimento Interno. Que o vereador diga qual o artigo em que está embasada sua
Questão de Ordem, porque senão será como agora, essa saraivada de Questões de
Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Concedo à Vera. Maria do Rosário a palavra para, em Questão de Ordem,
que ela pediu exatamente porque estamos dentro do Regimento, dar as informações que precisamos.
Ver. João Dib já havia dito
que o dever desta Casa é o dever de fiscalizar. Isso está, na verdade, no
Regimento, na Lei Orgânica e na Constituição. Então, o tempo de Presidência foi
utilizado para que pudéssemos melhorar as condições de informações e cumprir
dispositivos orgânicos, constitucionais e
regimentais.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Com a tarefa de Liderança
do PT, na verdade, podemos informá-lo e informaremos a Casa na nossa
Comunicação de Líder. Fico constrangida de utilizar a Questão de Ordem, na
medida em que não vejo amparo no Regimento nos termos em que o Ver. Pedro
Américo Leal levantou. Por isso, estou à disposição de todos os Vereadores e de
Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE: O problema não é de informação e, sim, de execução. Esta Casa solicitou
ao Prefeito Municipal. O Prefeito Municipal, em um primeiro momento, aquiesceu.
A ordem foi emitida para o Diretor-Presidente da PROCEMPA. O Diretor-Presidente
da PROCEMPA está descumprindo uma ordem do Senhor Prefeito Municipal, pelo que
sei. Isso é muito grave. É preciso
dizer ao Diretor-Presidente da PROCEMPA que cumpra a ordem, a fim de que esta
Casa possa ser melhor informada. Falo em nome da Casa.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Eu gostaria de usar o tempo, como V.Exa. está usando
e fazendo constantes críticas a nossa Administração.
O SR. PRESIDENTE: Não estou criticando ninguém. Estou dizendo que esta Casa precisa ser
informada. Inclusive digo que era uma conversa com o Prefeito Municipal, a que
assistiram o Líder da sua Bancada e outros Vereadores que estavam presentes, em
que ele prometeu que essa atitude seria tomada imediatamente.
O SR. JOSÉ VALDIR (Esclarecimento): Solicito que a Mesa me informe,
oportunamente, se prestar informações constitui Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Prestar informações não constitui Questão de Ordem.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Requeiro que V.Exa. autorize as notas taquigráficas do seu
discurso em tempo de Presidência e a seqüência de vossas intervenções, porque
precisamos aprofundar a análise disso, visto que há incorreção regimental, no
meu ponto de vista.
O SR. PRESIDENTE: Tudo o que eu falo aqui no Plenário é liberado na hora. Nunca tive
problemas para e liberar o que falo. Só que quem preside a Casa, neste momento,
sou eu, e não, V.Exa.
Em votação a prorrogação da
Sessão para apreciação da Ordem do Dia. O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Quero confessar que quando iniciou-se a chamada, eu
procurei a Mesa pedindo a inscrição
como Líder do PFL, porque tinha um assunto para me manifestar nesta tarde.
Informou-me a Presidência que, dado o adiantado da hora, isso não poderia
ocorrer, porque a Presidência teria que submeter ao Plenário a prorrogação da
Sessão, em função de que estava se esgotando o período regimental de duração
das sessões normais desta Casa: quatro horas.
Eu pretendia fazer uma
Comunicação de Líder, o que, certamente, não farei, porque a Sessão só poderá ser prorrogada com a
finalidade exclusiva do cumprimento da Ordem do Dia, e nós não negaremos o
nosso voto para isso. Eu pretendia, Sr. Presidente, se usasse a Comunicação de
Líder, justificar-me do porquê me ausentei por duas horas, perdendo, inclusive,
a minha inscrição na Pauta. Eu, que era o primeiro inscrito, dado que
diligentemente às 14 horas eu estava aqui. Mas com a protelação da Sessão até
cerca das 16 horas, ou mais das 16 horas, em virtude da presença do ilustre
Secretário de Educação do Município, que, convocado, veio trazer
esclarecimentos à Casa, eu tive que me ausentar deste local, deste Plenário,
porque havia um fato muito importante para a Região Metropolitana, realizado no
dia de hoje e que no presente momento é de uma momentaneidade absoluta, que é a
reabertura do Hospital-Geral da Cidade de Alvorada, em um ato importante que
ali se realizava. Mas como, Sr. Presidente, não foi possível usar a Comunicação
de Líder, eu utilizo este estratagema para fazer o registro, porque considero
um fato significativo e, até porque, é um esclarecimento que os meus Pares
merecem, já que não sou daqueles que deixam o Plenário sem dar a minha
contribuição aos trabalhos da Casa, especialmente pelas responsabilidades que
tenho como integrante da Mesa e solidário com V.Exa.
Sr. Presidente, é evidente
que tendo o Requerimento de V.Exa. o objetivo do cumprimento da Ordem do Dia,
uma Ordem do Dia que constitui-se, inclusive, de Projetos adiados, V.Exa. conta
com o meu voto. Estou aqui, à disposição de V.Exa., para votar a favor da
prorrogação da Sessão e, ao mesmo tempo, para discutir e votar os Projetos
constantes da Ordem do Dia. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a
prorrogação da presente Sessão Ordinária. (Após a chamada.) REJEITADO, por 10 votos SIM, 16 votos NÃO, e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Sessão
iniciou rigorosamente ...
O SR. PRESIDENTE: Às 14h01min.
O SR. ISAAC AINHORN: Então, o
Requerimento de V. Exa. observou exatamente o preceito das quatro horas. É
lamentável que tenhamos que nos submeter à decisão da maioria, que não quer dar
continuidade à Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos
da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h15min.)
* * * * *